Plano de CT em Vargem Grande emperra, mas vice de patrimônio garante que projeto está vivo

Quinta-feira, 11/07/2013 - 09:29

A desistência de parceiros e as constantes penhoras feitas pela Fazenda Nacional em suas receitas emperraram os planos de Vasco e Botafogo de construírem seus centros de treinamento em Vargem Grande. Há exatos três meses, o Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro oficializou a cessão por parte da prefeitura de terrenos para os dois clubes, mas, sem recursos, a dupla sequer tem uma previsão para o início das obras. O Alvinegro ainda foi prejudicado pela interdição do Engenhão por problemas na cobertura, em março.

Os times receberam da prefeitura o direito a explorar terrenos vizinhos na zona oeste do Rio de Janeiro por 50 anos renováveis por igual período. As propriedades têm 58 mil m² cada e suas cessões foram assinadas no dia 1º de abril. Ainda assim, Botafogo e Vasco ainda não têm sequer um projeto lançado para a construção de seus CTs.

“A nossa engenharia vai apresentar o projeto em breve. O terreno está liberado, mas também necessitamos de verba para iniciar as obras. Teremos novidades na semana que vem sobre o caso”, prometeu o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa. “O projeto está vivo e o Vasco trabalha para resolver a sua vida financeira e iniciá-lo”, completou.

A questão financeira é o que vem atravancando ambos os planos. Após anos em busca de locais para seus centros de treinamento, os dois clubes comemoraram publicamente o acordo com a prefeitura em abril, mas hoje admitem que ainda estão distantes da verba necessária para a construção.

“Ainda estamos na fase de produção de projetos e autorizações da prefeitura, mas sem nenhuma previsão de quando isso será concluído. O clube não tem recursos e irá buscá-los ainda no mercado”, admitiu o diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau.

Recuo de cervejaria e prefeitura dificultou planos

Quando receberam os terrenos da prefeitura, os dois clubes esperavam ajudas da Brahma e do próprio município para viabilizar uma parte das operações. No entanto, as duas possíveis parceiras recuaram no apoio e deixaram os times por conta própria. Pressionados por penhoras constantes da Fazenda Nacional, as agremiações estão em situação complicada.

“Não contamos mais com nenhum desses aportes. Pode até ser que a Brahma ainda contribua no projeto, mas de uma forma diferente da que estava estabelecida anteriormente [investimento de um montante de cerca de R$ 5 milhões]”, disse Sérgio Landau.

Já a diretoria do Vasco mostrou mais otimismo quanto à participação da Brahma na construção do CT cruzmaltino. Segundo a cúpula de São Januário, o contrato assinado com a cervejaria ainda segue em vigor e o apoio esperado é de R$ 7 milhões, cerca de 50% do custo total da obra.

Já a prefeitura praticamente descartou a participação em qualquer um dos projetos. Não agraciado por um terreno, o Flamengo argumenta que foi preterido em relação aos outros clubes e ainda pressiona o município por um aporte de R$ 5 milhões. Uma reunião entre as partes está agendada para esta sexta.

FLU ESTÁ MAIS ADIANTADO, MAS TAMBÉM AGUARDA PARCEIROS PARA OBRAS

Após receber em março terreno em Jacarepaguá da prefeitura nas mesmas condições de Botafogo e Vasco, o Fluminense está um pouco a frente dos rivais no projeto do CT. O clube já finalizou um estudo de solo da área, onde foi constatada a presença de areia e vegetação. A equipe carioca tentou negociar um bônus de assinatura com o consórcio Maracanã para investir no projeto, mas a tratativa não deu certo. O clube aguarda a aprovação do plano urbanístico para definir onde ficará a rua de acesso ao centro de treinamento, que atualmente é cercado por uma escola e terrenos de mato alto.

Fonte: UOL