A diretoria do Vasco voltou ao Rio com o acordo fechado após a reunião de quarta-feira com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em Brasília. Depois de meses de negociação, "não há mais divergências" para obter as tão desejadas certidões que indicam a renegociação da dívida com o órgão, conforme informou um interlocutor da comitiva do clube. Os vascaínos trabalham para enviar toda a documentação e finalmente assinar o acordo, que ainda vai ser publicado no Diário Oficial da União no início da próxima semana.
O clube corre para anunciar o primeiro patrocinador na semana que vem: a Nissan. A montadora japonesa, com quem o Vasco já conversava desde o ano passado, prepara uma entrevista coletiva de anúncio de patrocínio que vai render cerca de R$ 8 milhões anuais ao clube. De favorita para anunciante master do Vasco, a empresa passou a ocupar as costas da camisa, com um valor menor do que aquele desejado pelo clube para o espaço da frente, o mais nobre do uniforme.
Para evitar penhoras dos valores de patrocínio, o Vasco vai ter que cumprir altas parcelas no acordo fechado na última quarta-feira com a Fazenda. Com entrada superior a R$ 20 milhões - verba que já está depositada em juízo e será liberada para abater da dívida com a União -, a administração vascaína assina compromisso de pagar em até cinco anos - 60 meses - parcelas que vão crescendo ano a ano. De mais de R$ 500 mil mensais até o fim de 2013, o clube de São Januário vai ter que comprometer mais de R$ 1 milhão mensais já em 2014 e assim gradativamente, até 2018. Caso não cumpra o acordo, o Vasco pode perder novamente as certidões do governo, que valem por seis meses.
A última vez que o Vasco conseguiu as certidões foi quando assinou com a Eletrobras o patrocínio de R$ 56 milhões por quatro anos, em 2009. No entanto, o clube recebeu normalmente apenas a primeira parcela da verba. Depois, já sem pagar o acordo e sem recolher impostos para o governo, o Vasco só recebia com dois meses de atraso e através de ações na Justiça do Sindeclubes, que representa funcionários de clubes no Rio de Janeiro.
- O trabalho de qualquer dirigente fica limitado e condicionado a retirar essas certidões. Se essa direção conseguir, vai dar uma tremenda bola dentro. Mas o trabalho de todos os treinadores que passaram aqui, inclusive eu, fica limitado e condicionado. Se pode e tem condição de trabalhar, e a exigência é dez, pois o Vasco tem que pensar em título e vitórias, se estamos prontos a trabalhar oito ou nove, posso te garantir que estamos trabalhando a cinco - afirmou Autuori.
O trabalho de todos os treinadores que passaram aqui, inclusive eu, fica limitado. Se pode e tem condição de trabalhar, e a exigência é dez, pois o Vasco tem que pensar em título e vitórias, se estamos prontos a trabalhar oito ou nove, posso te garantir que estamos trabalhando a cinco"
Para esse novo acordo, o clube oferece como garantia de qualquer atraso no pagamento as cotas de transmissão de TV e de novos patrocinadores. Embora já tenha adiantado verbas de contratos de transmissões de TV dos próximos anos, o clube tem a receber ainda pelo pay per view - ano passado, a verba foi superior a R$ 30 milhões. Quando assinou com a Eletrobras e fez acordo com Fazenda e Receita, o clube ofereceu como garantia a execução fiscal do estádio de São Januário.
Novos patrocínios
Embora já esteja bem encaminhado o acordo para receber cerca de R$ 20 milhões anuais da Caixa Econômica Federal, que deve ser o patrocinador master, ainda faltam alguns ajustes para o anúncio oficial, além de outras certidões referentes a renegociações de dívidas de tributos com o governo. A ideia era fazer um evento conjunto do clube com algumas novas medidas e anunciantes. Por outro lado, um novo patrocinador se aproximou de acordo com o time de São Januário. Uma empresa do ramo de eletrônicos está em negociações adiantadas para fechar como novo patrocinador de camisa do Vasco. O anunciante ficaria na parte de baixo das costas da camisa.
Fonte: GloboEsporte.com