Mesmo antes do despacho do presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro, José Teixeira Fernandes, que acatou o recurso da Procuradoria do TJD/RJ por um novo julgamento no caso de doping de Carlos Alberto, o destino do meia no Vasco já estava praticamente selado. Um encontro nesta semana entre a diretoria e o empresário Carlos Leite, que representa o jogador, deu o tom do fim da relação de mais de quatro anos do meia-atacante com o time de São Januário. Com a meta de redução da folha salarial, entre tantos ajustes no orçamento do Vasco, a direção propôs uma redução salarial acima de 50% dos atuais vencimentos de Carlos Alberto no clube. Embora ainda não haja uma definição nem a conversa prevista entre o diretor executivo de futebol Ricardo Gomes e o jogador, a possibilidade de permanência do meia-atacante é remota. O contrato de Carlos Alberto com o Vasco termina no dia 2 de agosto.
A advogada do Vasco, Luciana Lopes, que segue como representante do jogador no caso do atleta deixar o clube, vai defender o jogador no Pleno do TJD/RJ. Em qualquer resultado do novo julgamento, o caso ainda deve ir para o STJD e para o CAS (Corte Arbitral do Esporte, na Suíça).
Carlos Alberto foi liberado do treino desta quinta. No sábado, como a intenção da comissão técnica é colocar reservas no jogo-treino contra o Madureira, ele deve trabalhar com outro grupo de jogadores no Cefan.
Mas a provável despedida de Carlos Alberto do Vasco não se deve ao julgamento que ainda vai acontecer no TJD. O jogador de 29 anos tem o maior salário do elenco hoje, algo em torno de R$ 300 mil. Para permanecer, o meia teria que se adequar ao teto salarial estabelecido pelo clube - R$ 150 mil. A pessoas próximas, Carlos Alberto se queixou da falta de atenção do Vasco nas últimas semanas, desde antes da saída de René Simões do clube. Pessoalmente, ele ainda não foi procurado para tratar da situação contratual.
Símbolo da campanha de retorno do Vasco para a Primeira Divisão, na conquista da Série B em 2009, ele viveu altos e baixos em São Januário. Em 2011, Carlos Alberto foi emprestado para o Grêmio e para o Bahia, após ser afastado do clube depois de discutir asperamente com o presidente Roberto Dinamite no vestiário - o Vasco vinha de três derrotas consecutivas na Taça Guanabara.
A provável saída de Carlos Alberto é o ponto inicial de uma importante reformulação no elenco do Vasco. Depois de contratar quase 20 jogadores este ano, o clube ainda deve promover mais mudanças até o fim do ano. Com a abertura da janela de transferências, o Vasco vê com bons olhos as negociações de Wendel, que está na lista dos maiores salários do time, e Eder Luis, cuja dívida pela compra no meio do ano passado já foi renegociada para ser quitada até dezembro de 2014, mas é considerada alta demais para o Vasco arcar.
O objetivo do clube, além de reduzir a folha salarial e buscar nova relação custo-benefício com a renovação do elenco, é abrir espaço para novas contratações. Nomes como do atacante Emerson Sheik, do Corinthians, e do goleiro Gomes, ex-seleção brasileira, são discutidos pelo clube, que espera anunciar reforços de peso assim que conseguir o acordo com a Fazenda Nacional e os aguardados novos patrocinadores.
Fonte: GloboEsporte.com