Henry esteve presente em dois dos momentos mais traumáticos da seleção brasileira recentemente: a final da Copa do Mundo de 1998, vencida pela França por 3 a 0, e a vitória nas quartas de final, em 2006. Na primeira, era apenas um garoto, que participou da decisão e conquistou o título. No outro, fez o gol da vitória por 1 a 0. Mesmo assim, o atacante não se vê como carrasco, e contou do carinho especial que tem pelo país. Fã de Zico e torcedor do Vasco, ele não aprova o rótulo que recebe pelo gol da eliminação brasileira.
- Eles (amigos brasileiros) dizem: "você matou a nossa seleção, você nos destruiu". Eu sempre digo que não fui eu, mas vencemos como um time. Eu dei a sorte de estar lá e fazer o gol. Eu sei que vocês sempre lembram desse gol, mas vocês tem que lembrar também das coisas boas que ele (Roberto Carlos) fez pelo futebol brasileiro. Ele foi sempre um grande embaixador do Brasil em todo o mundo. Roberto, assim como Cafu e Jorginho, tem que ser respeitados porque foram bons não só por um ou dois anos, mas por dez ou 15 anos - disse Henry, defendendo o lateral Roberto Carlos, que foi muito criticado porque se abaixou para arrumar as meias na hora do gol.
Se por um lado ele entristeceu os brasileiros, por outro a idolatria pelo país pentacampeão é grande. O atacante é fã de Zico e Sócrates, rasgou elogios aos ex-jogadores Romário e Ronaldo e ainda tem um time de coração no país: o Vasco.
- Pelo que eu vi quando era garoto, Zico foi espetacular. Admirava muito também o Sócrates, por causa do estilo diferente, barbudo, alto e com um jeito único de jogar. Romário e Ronaldo trouxeram algo novo para o futebol. Antes os atacantes ficavam muito parados dentro da área. Hoje os atacantes tem habilidade, são altos e fortes, e correm por toda a parte. Eles iniciaram uma nova era. Eu passei a seguir o Vasco por causa do Romário. Eu me identifiquei. O Vasco perdeu para o Corinthians no Mundial, em 2000, mas tudo que eu escutava na TV a torcida cantando: "Vasco". Esse grito ficou muito marcado na minha cabeça, e o tempo todo eu ficava cantando no vestiário do Arsenal - conta.
Aos 35 anos e atualmente no New York Red Bulls, dos Estados Unidos, ao lado de Juninho Pernambucano, ele só tem ótimas recordações do Brasil. Alguns são ótimas, como os craques que ele admira, mas outras só são boas para ele.
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Fonte: GloboEsporte.com