Cristóvão Borges continua o mesmo sujeito tranquilo cerca de nove meses após deixar o comando técnico do Vasco. Aniversariante do próximo domingo, o atual treinador do Bahia reencontra o antigo clube neste sábado, às 18h30, em Volta Redonda, quando os times se enfrentam pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro. O profissional não esconde a emoção com a partida especial e espera ser abraçado pelos seus ex-atletas.
Em entrevista ao UOL Esporte, Cristóvão revelou passagens durante a estadia em São Januário que ainda o incomodam. As vaias da torcida permanecem em sua memória, mas o carinho pelo Cruzmaltino supera qualquer ponto negativo. Ele faz questão de reafirmar que o Vasco foi o responsável por revelá-lo para o mercado de treinadores no Brasil.
“Imagino que serei abraçado por todos. Um dos grandes trunfos que deixei foi a amizade verdadeira com todos os profissionais. Tivemos uma excelente relação. O Fernando Prass [goleiro do Palmeiras] até me ligou quando o Bahia venceu o Inter. Estou emocionado e ansioso. Qualquer coisa que se refere ao Vasco me traz alegria. Vivi momentos maravilhosos e ainda vou jogar na véspera do meu aniversário. Estou doido para chegar a hora", afirmou.
Apesar da nostalgia, Cristóvão fez questão de destacar os fatos que ainda incomodam na trajetória vivida no Vasco. Utilizando-se da conhecida postura, ele evitou falar das críticas recebidas e exaltou o aprendizado nas dificuldades.
“Aqueles momentos em que me vaiaram são fatos marcantes e que ainda machucam. A relação com o Vasco foi bonita e forte. Mas, depois que saí, dificilmente não ouvi um elogio e pedido de volta pelas ruas. Acho que fui muito mais aprovado do que reprovado. O Vasco me desejou boa sorte quando fui contratado pelo Bahia. Isso já diz tudo”, disse.
“As coisas ruins pretendo ignorar. O que vale é a importância que o Vasco tem na minha carreira. Isso acontece em todos os clubes e não me incomoda. Muita gente disse que não iria trabalhar depois de sair do Vasco. Estou na paz e não vou criar polêmica. Confio no meu trabalho. Eu leio e presto atenção nas criticas para melhorar e pretendo tomar as melhores decisões”, completou.
Cristóvão Borges ainda tem a rescisão de contrato para receber do Vasco, mas está concentrado em fazer um bom trabalho no Bahia. Ele mantém a amizade de anos com o diretor executivo do Vasco, Ricardo Gomes, assim como se diz um admirador do trabalho de Paulo Autuori. Com um início animador no Tricolor de Salvador, o treinador espera por dias melhores e sucesso na carreira.
“O futebol é de altos e baixos, mas a expectativa é que dê tudo certo. Chego em um momento no qual queremos crescer juntos. Não tenho nem 20 dias e parece que estou no Bahia há 20 anos. Me receberam muito bem. Ainda estamos muito atrás. Precisamos de reforços, mas existem as dificuldades claras do mercado. Nesse momento não temos parâmetro para dizer em qual posição o Bahia vai terminar. Estamos trocando o pneu com o carro andando. Sempre vão achar que seremos rebaixados, mas vamos sair dessa lista incômoda”, encerrou.
Fonte: UOL