Edmundo fala sobre Dinamite, Eurico, jogo de despedida, torcida vascaína e sonho de presidir o Vasco

Sábado, 08/06/2013 - 08:12

Nem parece que faz mais de quatro anos que Edmundo parou de jogar. Nem que teve o desprazer de fazer parte daquele Vasco rebaixado para a Série B, em 2008. Ontem, o ex-atacante visitou a redação de vidro do EXTRA, instalada na Praça XV, no centro do Rio, e foi ovacionado por torcedores eufóricos. Em resposta, sorriu, se emocionou e revelou: alimenta o desejo de assumir a presidência do Vasco futuramente.

O que achou da ida de Neymar para o Barcelona?

Acho que ele vai brilhar, terá vários craques ao lado dele, receberá sempre a bola no pé. O que ele não pode perder é o estilo driblador. Tenho sentido falta disso na seleção, percebi contra a Inglaterra. Esse sempre foi o nosso estilo. Zico, que esteve aqui antes de mim, era um dos maiores dribladores.

O que está esperando deste Campeonato Brasileiro?

Acho que está muito no início ainda, mas vai ficar entre os cinco, Corinthians, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro e Cruzeiro. Infelizmente, o Vasco, que é o meu clube de coração, não está neste grupo. O Flamengo, que também é grande, não está. Mas é um campeonato sempre muito equilibrado.

O que está achando do momento do Vasco?

Esperávamos um clube melhor, com um patrocínio forte, uma arena. Olhos do mundo todo estão voltados para o Brasil. Temos um prefeito vascaíno, um governador vascaíno. Gostaria de ser presidente do Vasco, mas tenho de me preparar, o que não tenho tido tempo. O Roberto é uma pessoa maravilhosa e não gosto de falar de quem eu gosto. Mas ele não é um administrador. E por causa disso está queimando sua imagem como ídolo. Em campo, ele sempre foi a maior referência para todos nós, vascaínos. Não basta querer ser presidente, é preciso se preparar. Pelo que temos visto, ele não se preparou ou então não se cercou das pessoas certas. Não gostamos de como o clube está no momento.

E o que dizer do ex-presidente Eurico Miranda?

Tenho um carinho grande pelo doutor Eurico. Para mim, ele foi quem melhor representou o torcedor, sempre defendeu o clube, mas teve um momento em que ele se achou maior do que a instituição. Isso às vezes acontece. Aconteceu comigo. Eu não sou de ficar em cima do muro. Ano que vem tem eleição e vou analisar as propostas. Hoje, não tenho um favorito. Mas quando tiver, irei me manifestar.

Você acha que representava o torcedor em campo?

Sempre tive muito orgulho de ser Vasco. Fui um torcedor de arquibancada. Por isso, eu sabia tudo o que o torcedor sentia. Por isso, sempre lutei muito em campo. (Neste momento, Edmundo parou e chorou). Se eu tivesse saúde, força, faria tudo de novo.

Qual foi a sensação na sua despedida ano passado?

O jogo era no fim do mês, durante a semana, às 19h. Para completar, estava chovendo. Mas quando eu entrei no gramado e vi aquela torcida toda em São Januário, foi muito emocionante para mim. Pude ver que a torcida do Vasco, apesar de tudo, gostava muito de mim (novamente o exjogador chorou e a torcida se empolgou, gritando “Ah, É Edmundo!”).

O que está esperando da seleção Brasileira?

Eu sou um eterno otimista, acredito que podemos ser campeões da Copa das Confederações. Mas não pode se deixar enganar. Meu medo é vencermos e pensarmos que está tudo bem,. Mas na Copa do Mundo será diferente, teremos seleções mais fortes para enfrentar. Espero que até lá possamos melhorar e que o Felipão escale o Lucas. Até porque o Hulk é Hulk, mas nunca fica verde.




Fonte: Extra (texto), Extra Online (foto)