Há 14 anos na Itália, único país onde atuou profissionalmente, o atacante Reginaldo, do Siena, deve acertar com o Vasco no início da semana que vem, quando desembarcará no Rio. Pouco conhecido no Brasil, o jogador de 29 anos revela uma animadora comparação para os cruz-maltinos. Segundo ele, amigos e admiradores do seu futebol o consideram muito parecido com Emerson Sheik, do Corinthians, dentro de campo. Coincidentemente o corintiano, antigo sonho da atual diretoria, voltou do exterior como anônimo e com quase a mesma idade do provável reforço vascaíno (30).
- As pessoas que me veem jogando falam que eu pareço com o Emerson Sheik, até de fisionomia mesmo. Eu espero, se conseguir chegar ao Vasco, conquistar pelo menos metade do que ele conquistou. Se chegar a isso, está ótimo (risos). Tenho certeza de que ele é um exemplo. O cara chega ao Brasil aos 30 anos e faz o que fez por Flamengo, Fluminense e Corinthians... Ninguém diz que ele tem essa idade (hoje 34), está sempre correndo para cima e para baixo. Fico muito feliz de dizerem que pareço com ele, mas tenho que mostrar em campo para tentar ficar no grupo do Vasco. Falam que tenho boa velocidade, tenho que mostrar em campo e não ficar falando - disse ao GLOBOESPORTE.COM, por telefone, revelando um sotaque de italiano.
A exemplo de Sheik, Reginaldo gosta de jogar pelos lados do campo e, segundo o próprio, entrega-se muito em campo, característica que fez seu modelo para brilhar no Brasil virar ídolo de rubro-negros e corintianos.
- Já fiz as funções de primeiro atacante e de segundo também, jogando pela ala esquerda e pela direita. Sou um jogador que gosta de correr um pouquinho mais. Gosto de ajudar em todas as partes do meio-campo. Aprendi esse tipo de coisa aqui na Itália. O futebol pede isso hoje em dia, de você voltar para dar uma força na defesa - explicou.
Atento ao Vasco e elogios ao trabalho tático de Autuori
Aprovado pelo diretor técnico do Vasco, Ricardo Gomes, ainda em janeiro, Reginaldo só não se transferiu para a Colina no início do ano porque ainda tinha seis meses de contrato com o Siena. Os italianos queriam uma compensação financeira, então o brasileiro achou por bem esperar o fim de seu vínculo com os italianos para não onerar o Cruz-Maltino. Embora o acerto tenha sido adiado, começou a acompanhar seu futuro clube no Carioca e gostou do que viu, especialmente após a chegada de Paulo Autuori.
- Não achava que teria essa oportunidade de voltar ao Brasil. Mas aí em janeiro, quando surgiu a conversa com o Vasco, comecei a ver os jogos do time. Vi os últimos e reparei que o Autuori trabalha muito bem a parte tática. Acho que isso pode ser uma vantagem para o Vasco. Também via os jogos do Corinthians, time que sempre torci em São Paulo, e reparei que eles trabalhavam muito na fase tática. O Corinthians é quadrado em campo e, por isso, leva vantagem - prosseguiu.
Fã do Vasco quando jogava no Brasil
Embora não esconda que seu clube de coração seja o Corinthians, o paulista de Jundiaí se encantou pelo Vasco entre 1999 e 2000. Na época, defendia o Campo Grande e não perdia um jogo do Campeonato Carioca:
- Quando joguei no Rio de Janeiro, nas categorias de base do Campo Grande, seguia muitos jogos, via todos do Campeonato Carioca. O Vasco tinha Juninho Pernambucano e o outro Juninho (Paulista), Pedrinho, Felipe, Edmundo e Romário. Era um espetáculo de se ver. É um time que fica na cabeça de qualquer jogador, eles marcaram o clube.
Os tempos áureos do Vasco parecem mais distantes num momento complicado esportiva e financeiramente, mas isso é incapaz de tirar o sono de Reginaldo. Ele, inclusive, aprovou a atuação do time na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG e não concordou que o Galo só foi derrotado devido ao fato de estar priorizando a Libertadores.
- Ultimamente tenho que pensar em dar o máximo para o grupo melhorar a fase que está passando. Fiquei triste por não chegar em janeiro para ajudar o clube a sair dessa fase. O jogador tem que estar junto quando está bem e quando está mal. Mas vi o jogo contra o Atlético-MG. Apesar de o Atlético estar jogando outra Copa e dizerem que eles estavam cansados, acho que um grupo deve estar pronto para qualquer campeonato. Parte financeira tem que deixar de lado e dar o máximo em campo. Foi isso que aprendi com a minha família e pretendo fazer tudo por esse clube que está me dando uma oportunidade - encerrou o atacante, que é destro.