Contratado em dezembro do ano passado, René Simões está perto de deixar o Vasco. Uma parte da cúpula já vem manifestando, internamente, grande insatisfação com o trabalho do diretor de futebol do clube e a situação está nas mãos do presidente Roberto Dinamite. Uma reunião entre quinta-feira e sexta-feira pode definir sua demissão, uma vez que, nesta noite, o time enfrenta o Atlético-MG, pelo Brasileirão.
Na terça-feira, a informação de uma possível demissão já circulava pelos corredores de São Januário. A diretoria não fala abertamente sobre o assunto, mas entre os insatisfeitos com o trabalho de René Simões está Cristiano Koehler, diretor geral do clube. Dinamite já estava ciente de um certo desgaste, mas, até então, não era favorável à saída dele. Vale lembrar que foi o próprio presidente que buscou e insistiu para a sua contratação.
Alguns erros na busca por reforços começaram a minar René no clube. Entre os mais recentes estão os casos de Fabio Lima e de Rafael Vaz.
Fabio Lima foi contratado nesta temporada, junto ao Atlético-GO. Jovem e promissor, Paulo Autuori chegou a utilizá-lo no amistoso contra o Tupi. A atuação dele agradou bastante. Mas, posteriormente, a diretoria e a comissão técnica tomaram conhecimento de que, na negociação, não foi fixado valor para a compra dos direitos dele. O atleta, desde então, não foi mais relacionado.
René Simões, inclusive, foi até Goiás nesta quarta-feira justamente para resolver essa situação junto ao Atlético-GO.
No caso de Rafael Vaz, o agente do atleta vinha conduzindo a negociação de uma forma que ele pudesse chegar ao Vasco sem custos, pois tinha contrato com o Cerá somente até novembro. Mas René Simões tomou a frente e aceitou pagar uma quantia exigida pelo clube (cerca de R$ 350 mil) para ter sua liberação. Uma parte da diretoria cruz-maltina ficou irritada a situação.
Entre os jogadores, René Simões também não goza de muito prestígio. Além de reclamar de algumas promessas não cumpridas, o grupo sente que não tem a "proteção" do dirigente, que, diferentemente de seus antecessores, Rodrigo Caetano e Daniel Freitas, não costuma estar presente em todas as viagens e no dia a dia.
- Ele fala muito e não faz nada. Estamos nos sentindo desprotegidos. Ninguém olha para a gente - relatou um jogador do time profissional.
A forma com que foi conduziada a demissão de Gaúcho, durante o Estadual, também não agradou. Parte do departamento de futebol e os jogadores ficaram incomodados com René na ocasião. Até Ricardo Gomes ficou insatisfeito com o processo.
Durante o dia, o LANCE!Net tentou entrar em contato com a diretoria vascaína, mas não obteve sucesso.
Sonho para o cargo é Caetano
Caso René Simões deixe mesmo o clube, situação que parece irreversível, o Vasco buscará de imediato um profissional para ocupar o cargo de diretor de futebol. O sonho é Rodrigo Caetano, pelo recente trabalho feito no clube. Mas ele tem contrato com o Fluminense até dezembro deste ano e dificilmente sairia antes desse prazo.
Uma opção caseira seria colocar Ricardo Gomes, diretor técnico do Vasco, no cargo. Mas isso é improvável.
Fonte: Lancenet