O meia-atacante Santiago Montoya, de 21 anos, tem sua transferência para o Vasco dada como certa na Colômbia, país onde nasceu. Atualmente no All Boys, da Argentina, ele prefere a cautela ao classificar em que estágio se encontra a negociação, mas a empolgação em defender a camisa cruz-maltina fica evidente a cada declaração.
- Estou vivendo uma grande expectativa, porque é um clube muito grande do futebol brasileiro. Gostaria de concretizar logo esse acerto para ficar tranquilo. Meu empresário me disse que tenho de segurar a ansiedade e ficar tranquilo, mas falou que está bem encaminhado. Ainda não foi assinado, mas me encantaria muito fazer parte do Vasco - disse ao GLOBOESPORTE.COM.
Embora o clube de São Januário passe por um momento delicado, Montoya parece um autêntico vascaíno ao enumerar feitos históricos e ídolos cruz-maltinos.
- Quando era pequeno, sempre vi o Vasco participar de torneios importantes, como a Copa Libertadores, há pouco tempo a Copa Sul-Americana. O Vasco tem jogadores importantíssimos como Romário, um goleador histórico, campeão mundial. Há pouco tempo vi Juninho Pernambucano vestir essa camisa. Não tive a possibilidade de acompanhar a época vitoriosa do Vasco, mas espero viver isso aí no Rio. Sei que o Vasco tem uma grande torcida, muita gente o apoia. Tem grandes jogadores e uma bela história. Tem o Romário e faz um lindo clássico em sua cidade contra o Flamengo - listou, insistindo no nome de Romário.
Pouco conhecido no Brasil e até mesmo na Colômbia - deixou o Atlético Nacional muito jovem -, Montoya tratou de revelar seu estilo de jogo ao torcedor do Vasco.
Quais são suas características dentro de campo?
Sou bastante encarador (vai para cima sem temer os marcadores). Gosto muito de "gambeta", que é o drible. De limpar e enganar os marcadores. Tenho boa velocidade, muita mobilidade e gosto de passar a bola. Aqui no futebol argentino eu adquiri a garra que me permite disputar as bolas com muita força. Cheguei (à Argentina) com a técnica que é comum aos jogadores colombianos, mas meu complemento por aqui foi justamente essa vontade de lutar pelas bolas e pelas vitórias.
Você é destro ou canhoto?
Sou canhoto.
Canhotos costumam ter habilidade. É o seu caso?
Como poucos jogadores são assim, a maioria é destra, temos uma qualidade diferente. O melhor jogador do mundo, o Messi, controla a bola com a esquerda. Então espero ter o mesmo sucesso que outros canhotos de qualidades extraordinárias tiveram.
Você tem apenas dois gols pelo All Boys em quase um ano de clube. Precisa fazer mais?
Tenho dois apenas, é uma dívida que sei que tenho. Marcar gols é muito importante, mas sou um jogador jovem que começou a carreira há pouco tempo. Vou aprender a fazer muitas coisas, melhorar como jogador e converter mais gols.
Há algum colombiano em quem você se espelhe?
Um colombiano que admiro muito atualmente e que tem as mesmas características que eu é o James Rodríguez (também tem 21 anos e é canhoto), do Porto. É um jovem muito talentoso. Também admiro muito o Falcao (Garcia, atacante contratado pelo Monaco-FRA por cerca de R$ 160 milhões).
E, internacionalmente, quem é seu ídolo?
Internacionalmente já gostei muito do Kaká e agora admiro muito o Cristiano Ronaldo. Não se discute que Messi é o melhor do mundo, mas digamos que, pelas características técnicas e pela fortaleza física que tem, o Cristiano me chama mais atenção.
A rivalidade entre Vasco e Flamengo é enorme. Já pensa num gol contra o maior rival?
Não gosto de falar muito antes do acerto, mas, caso eu tenha a oportunidade de chegar num futebol tão talentoso e disputado quanto o futebol brasileiro, espero disputar esse clássico, partida diferenciada das demais. Mas tenho grandes metas e não só essa. Espero jogar copas internacionais.
Conhece o Rio?
Nunca tive a oportunidade de conhecer a cidade. Sei que é uma grande cidade, muito bonita e cheia de história tanto culturalmente quanto futebolísticamente.