A “lei do silêncio” está instaurada no Vasco até que a diretoria obtenha êxito nas inúmeras tentativas para desbloquear receitas. Com o montante retido, o Cruzmaltino é denominando inviável pela administração Roberto Dinamite e vive a expectativa de boas notícias na segunda quinzena de junho. Funcionários e dirigentes evitam manifestações públicas sobre o tema e admitem o temor por manobras contrárias de correntes oposicionistas.
O diretor geral Cristiano Koehler comanda as negociações em Brasília e se recusa a falar sobre o caso antes do desfecho. Ele orientou seus pares no processo e o silêncio domina os corredores de São Januário. Qualquer entrevista sem autorização do dirigente pode atrapalhar o acordo com a Fazenda Nacional na visão dos envolvidos.
A estratégia visa impedir possíveis manobras da oposição cruzmaltina contra a tentativa da atual diretoria. Os cartolas receberam a informação não confirmada de que membros contrários e com influência política estariam trabalhando para dificultar o processo e ganhar força no pleito de 2014. Sabedores do turbilhão eleitoral que o clube vive, os diretores de Roberto Dinamite optaram pela precaução.
O Vasco deve um total de aproximadamente R$ 170 milhões para a Receita Federal. No entanto, o passivo é calculado em diversas cotas, sendo a mais alta no valor de R$ 52 milhões. O clube busca o parcelamento da dívida para poder firmar novos acordos de patrocínio e ter condições de se viabilizar novamente. Sem acesso ao montante retido, o Cruzmaltino não pode assinar contratos e sofre com os corriqueiros salários atrasados.
A ideia da administração Dinamite é obter o mesmo sucesso do rival Flamengo. O clube da Gávea renegociou os passivos e conseguiu as CND´S (certidões negativas de débitos). Com isso, oficializou acordos de patrocínios com a Caixa Econômica Federal e Adidas, fornecedora de material esportivo. O Vasco aguarda o mesmo tratamento disponibilizado ao Rubro-Negro e uma sinalização positiva do Governo Federal o quanto antes.
A Fazenda Nacional considera algumas formas de parcelamento da dívida. Em uma delas, ocorre o pagamento de 10% ou 20% de entrada. O restante é dividido em prestações a combinar. O Vasco já tem mais de R$ 20 milhões penhorados pela Justiça e quer o desbloqueio para quitar débitos com funcionários e atletas. Os salários caminham para o segundo mês de atraso e preocupam os envolvidos.
Fonte: UOL