Com um histórico recente de muitas lesões, o zagueiro Rodolfo, operado em abril devido a uma ruptura do ligamento cruzado do joelho direito, desabafou, afirmando que não quer sua passagem pela Colina seja lembrada de forma negativa.
- Não quero ser lembrado como o cara que passou pelo Vasco e só se contundiu. Recebo meu salário e não posso fazer nada. Isso me magoa profundamente. Das coisas ruins, tiro coisas boas. Vou dar muita alegria ainda - disse, à Rádio Brasil.
A gana de voltar a defender o Cruz-Maltino é tão grande que, segundo ele, chega a exagerar nas sessões de treinamento para tentar reduzir o tempo de recuperação, inicialmente previsto para seis meses - contando a partir de abril. O drama ainda é maior em função de ter se lesionado num momento próximo à perda do pai:
- Faço dois períodos por dia. Sou um pouco teimoso, tento adiantar o máximo a recuperação, mas existe um protocolo. Cada pessoa tem um quadro, e o meu está evoluindo. Acho que posso adiantar um pouco. Dentro de dois a três meses devo estar de volta. Nesse tempo todo, eu nunca pensei em desistir. Quem não tiver força, desiste no meio do caminho. Tive a perda do meu pai e são nessas coisas que me apego. É difícil perder quem a gente ama. Ele foi o que mais me incentivou. Meu pai me ligava em todos os jogos. Tenho certeza que, onde ele estiver, está feliz. Não consigo lembrar de nada triste ligado ao meu pai. O espírito da gente fica ligado. Quando fico parado, não consigo produzir, mas quando visto a camisa do Vasco me dedico muito. Esse tempo vai passar. Estou com os fisioterapeutas e psicólogos conversando muito. Cabeça vazia é fruto de coisas ruins. Sou determinado no que me proponho a fazer. É cansativo, mas não desisto.
Com medo do famoso rótulo de "chinelinho", o zagueiro tratou de detalhar como é a rotina de um lesionado. Além disso, apontou coisas positivas do convívio diário no clube, como o estreitamento de laços com funcionários:
- As pessoas não sabem, mas quem se machuca frequenta muito mais o clube que os outros. As pessoas às vezes são muito radicais. Somos pessoas comuns, temos conta para pagar, perdemos pessoas, nos machucamos, choramos, sorrimos. Por mais que eu não tenha jogado muito no Vasco, sei que um dia vou desabafar e dizer que consegui jogar e desempenhar um bom papel. As coisas ruins que acontecem, como a lesão, fazem você ficar mais próximo das pessoas. Tenho carinho pelas pessoas. Sou muito grato ao Vasco, foi uma escolha muito boa que fiz na minha vida. Infelizmente não pude evitar (a lesão), peço ao torcedor paciência também com o time, pois lá na frente pode estar todo mundo dando risada como deu na Copa do Brasil.
Fonte: GloboEsporte.com