Finalista do NBB após bater o Bauru por 3 a 0 nas semifinais, o Uberlândia passará pela prova derradeira neste sábado, às 10h, na Arena da Barra. Diante da pressão de 15 mil torcedores rivais, o time do Triângulo Mineiro decide o título com o Flamengo, equipe de melhor campanha na fase de classificação. Cenário que pode intimidar os menos experientes. O que, definitivamente, não é o caso de Helinho.
Afinal, das sete decisões de campeonatos nacionais que o armador venceu até hoje, o Flamengo estava do outro lado da quadra em duas: em 2000, quando o jogador defendia o arquirrival Vasco, e em 2004, na primeira passagem do camisa 10 pelo Uberlândia.
Agora, aos 38 anos, o ex-vascaíno espera manter a fama de pé-quente, conquistar seu primeiro título do NBB e, de quebra, impedir o bicampeonato do rival - o Flamengo foi o primeiro campeão da competição na temporada 2008/2009.
- Enfrentei o Flamengo em duas decisões e venci as duas. Espero manter essa escrita e conquistar meu oitavo título nacional, o primeiro no NBB. Fiquei muito marcado pelos rubro-negros em razão da minha passagem pelo Vasco e sei que eles vão pegar no meu pé. Mas isso foi há dez anos. Já conquistei até outro título contra eles jogando por um time diferente. O gostinho especial é por estar em mais uma decisão, a 11ª em 17 temporadas - afirmou Helinho, que perdeu para o extinto Telemar, em 2005, e para Brasília, na temporada 2010/ 2011, este último já pelo NBB.
As fotografias do título conquistado há mais de uma década podem até já estar desbotadas, mas as lembranças daquele 29 de junho de 2000 jamais sairão da memória do torcedor rubro-negro. Treze anos mais experiente, Helinho não entra em provocação e afirma que está preparado para ajudar o Uberlândia a desbancar o Flamengo na Arena da Barra lotada.
- A função do torcedor é essa mesmo, mas estou tranquilo e focado para não deixar que isso atrapalhe meu desempenho dentro de quadra. Se eles me xingam tanto, é sinal de que me respeitam como eu respeito o Flamengo - disse o camisa 10.
Em 2010, ele chegou a ser sondado pelo clube rubro-negro, mas o flerte não evoluiu para namoro.
- Não passou de uma conversa. Oficialmente não chegamos a concretizar nada - informa o armador do Uberlândia.
Às vésperas de disputar sua 11ª final de campeonato nacional, Helinho admite que ainda está se adaptando à nova rotina. Acostumado a passar a maior parte dos jogos dentro de quadra, o armador tem atuado poucos minutos desde que levou uma cotovelada de Estevam em um treino no dia 1º de abril e sofreu um traumatismo na face.
- O olho esquerdo ainda incomoda um pouco. Como ele seca na medida em que eu corro em quadra, não consigo piscar e ele não lubrifica. Alguns médicos, inclusive, acham que eu corro algum risco e não deveria jogar. Mas entrei nos jogos das semifinais, não senti nada e estou pronto para ajudar caso seja preciso. É uma situação difícil e diferente na minha carreira, mas foi um acidente de trabalho e acontece com qualquer jogador. Não adianta ficar lamentando - afirmou Helinho.
Sobre o atual time do Flamengo, o armador do time mineiro é só elogios. Além de destacar o jogo coletivo e a versatilidade da equipe rubro-negra, Helinho tem na ponta da língua a maior arma do adversário.
- Acho que as duas equipes chegam a essa final embaladas e num momento especial. Isso mostra o equilíbrio da competição. Eles têm um time muito versátil ofensivamente nas bolas de três do Marquinhos e do Duda e o jogo dentro do garrafão com o Caio Torres. A torcida também é uma vantagem grande que eles adquiriram por terem feito a melhor campanha na fase de classificação. Não podemos deixar que isso nos abata. Temos uma equipe experiente e vencemos alguns jogos importantes fora de casa nos playoffs nesta temporada – completou o jogador.
A TV Globo e o SporTV transmitem a final entre Flamengo e Uberlândia, sábado, às 10h, ao vivo. O GLOBOESPORTE.COM acompanha lance a lance, em Tempo Real, com vídeos.