Helton está próximo de completar 11 anos em Portugal. No ano que vem, em junho, ele encerra seu contrato com o Porto e resolve, sozinho, o que vai fazer da vida. Sem empresário, ele cuida dos próprios interesses e da carreira e avisa que ainda não pensa em voltar ao Vasco, clube que o revelou e ao qual ele reforça toda a gratidão nessa entrevista ao GLOBOESPORTE.COM. Com simpatia e sorriso fácil, ele se desculpou, primeiro, por demorar a atender o telefone - estava em estúdio gravando com a banda, que toca no sábado em Sevilha, na Espanha - e depois, com os vascaínos, que sonhavam já com seu retorno.
- Devo, de alguma forma, pedir desculpas aos vascaínos, que sempre me apoiaram desde o início da minha carreira. Tenho muita gratidão ao Vasco. Mas, hoje, não faz sentido deixar o Porto. Sou muito feliz aqui, sou totalmente integrado ao clube, a minha família a Portugal, tenho minha banda aqui. Isso (da volta) faria sentido agora se houvesse uma insatisfação da minha parte ou da parte do Porto, mas não existe - disse o goleiro de 35 anos, em entrevista por telefone.
Baterista da banda H1, Helton já tem uma empresa que cuida somente de produções e eventos em Portugal, com um estúdio também no Brasil. Em Portugal, ainda, investe na carreira de outro trio. Não se trata de uma banda, mas dos três filhos que pilotam kart e disputam campeonatos no país. Helton lembra que, pela primeira vez, o Vasco o procurou "concretamente" para seu retorno e agradeceu o contato do diretor executivo de futebol René Simões, a quem se refere como professor e amigo.
- Não chegamos a entrar em detalhes. Ele me procurou, conversamos muito, até como amigos mesmo, um papo informal. E ele disse: "Se houver a possibilidade, você quer voltar?". Disse a ele que estava na fase final do Português e que depois retomávamos o assunto. O René foi muito transparente o tempo inteiro, conversamos mais sobre música até do que futebol. Mas hoje estou com esse pensamento de ficar no Porto. No ano que vem, quem sabe, se houver essa oportunidade... - deixou no ar o ex-goleiro do Vasco.
Apesar de descartar uma volta neste momento, Helton fala com orgulho dos tempos em que defendeu o clube. Lembrou a estreia no gol do time, no Mundial de 2000, que o Vasco acabou perdendo nos pênaltis para o Corinthians na decisão.
- Sempre lembro os meus tempos no Vasco. Não tem como esquecer. Quando estreei, não era um uniforme no corpo, era um corpo no uniforme. Eu parecia uma vareta (risos). E foi muito complicado, porque entrei num time só de feras. Quem era o Helton? Ao mesmo tempo que eu era um moleque ali, tinha uma responsabilidade muito grande. Ou eu acertava e respirava ou errava e continuava duro (risos). Se errasse, eu sumia, acabava ali - afirmou Helton.
Ele imaginou uma oportunidade no futuro no Vasco com um ex-goleiro de quem é fã.
- O Carlos Germano, para mim, não era só o goleiro que eu substituiria. Era um amigo. Ele cansou de pagar contas minhas naquela época. Sou fã dele até hoje. Seria um prazer enorme ser treinado por ele. Uma pessoa fora de série, que não tenho nem palavras para falar de suas qualidades. Tive essa sorte, aliás, de tê-lo no Vasco como referência e depois, no Porto, o Vitor Baía - lembrou Helton, citando o ex-goleiro da seleção de Portugal e do Barcelona.
Fonte: GloboEsporte.com