Depois de um julgamento que durou cinco horas, Carlos Alberto foi absolvido da acusação de doping pelos auditores do TJD-/RJ, na noite desta quarta-feira. O meia-atacante do Vasco, assim, leva a melhor no primeiro round do processo, já que a promotoria deve entrar com recurso nos próximos dias e insistir na punição, que pode chegar a até dois anos. Com a divulgação do resultado, o jogador se emocionou e foi abraçado por seu pessoal.
A defesa do jogador foi comandada pela advogada Luciana Lopes, que representa o clube e é filha do presidente da Ferj, Rubens Lopes. A tarde teve momentos tensos, inclusive com pedido de suspensão pela própria Luciana, após ser criticada por demorar na argumentação. A decisão terminou com quatro votos pela absolvição e dois pela condenação.
Em meio ao tumulto, Carlos Alberto falou sobre a vitória e as dificuldades que passou.
- Primeiro, agradeço a Deus e depois à Luciana (advogada). Isso só prova a minha idoneidade e honestidade. Nunca procurei burlar o regulamento, nem ter perfomance desonesta. E hoje ficou provado isso. Passei momentos angustiantes e tive de encarar as dificuldades no dia a dia. Ela (Luciana) conseguiu a minha absolvição sem que eu trouxesse as substâncias, porque eram muitos argumentos. Para quem não conhecia, está aqui uma grande advogada, uma grande mulher, mãe e filha. Estou muito feliz por tudo - disse.
Carlos Alberto foi flagrado no exame antidoping realizado no clássico contra o Fluminense, dia 2 de março, pelo Campeonato Carioca. No resultado do teste, deram positivo hidroclorotiazida, um diurético que combate a hipertensão arterial, e carboxi-tamoxifeno, que são duas substâncias mais encontradas em remédios emagrecedores e entraram na lista de proibidas porque podem mascarar outro tipo de doping esportivo. No dia 26 de abril, após a confirmação através da contraprova, o tribunal o suspendeu preventivamente por 30 dias.
O julgamento foi realizado na subseção da Ordem dos Advogados do Brasil da Barra da Tijuca, e o verdicto foi concretizado após a decisão de cinco auditores da Sétima Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD/RJ).
A decisão tomada pelos auditores do TJD/RJ ainda cabe recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJ). No entanto, é possível que o caso chegue à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça, como nos casos dos atacantes Jobson e Dodô, que foram suspensos mesmo após se livraram em primeira e segunda instância, respectivamente.
O diretor executivo René Simões, que esteve ao lado do diretor jurídico do Vasco, Gustavo Pinheiro, e do diretor geral, Cristiano Koehler, entre outros, enalteceu a postura do clube.
- Passa uma mensagem de que tem que ter muita calma ao sentenciar os outros prematuramente. O Vasco está de parabéns. Teve postura de muita cautela, de defender e ouvir seu jogador. É um direito de todos. E saímos de alma lavada. Ficou comprovado que ele não fez nada para aumentar a perfomance. O próprio tribunal dá uma ajuda importante nesse caso de dopagem. Hoje, pode-se captar qualquer substância que possa mascarar outra ilegal. Então, o cuidado precisa ser dobrado. Parabéns pelo trabalho e firmeza de todos, especialmente do Carlos Alberto - comentou René, à Rádio Globo.
Fonte: GloboEsporte.com