A preocupação da diretoria do Vasco com o meia Bernardo permanece um mês após a confusão com traficantes do Complexo da Maré, comunidade localizada na zona norte do Rio de Janeiro. O departamento de futebol obteve informações de que o camisa 31 mantém a frequência na noite carioca enquanto se recupera de cirurgia para a reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O alerta foi ligado durante a disputa do Campeonato Carioca e os dirigentes mostram-se irritados nos bastidores com a reincidência.
Na ocasião, o jogador foi acusado por traficantes de manter um relacionamento com Dayana Rodrigues, namorada de Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P, chefe do tráfico na comunidade. Bernardo sofreu tortura psicológica e foi ameaçado de morte. Após o fatídico dia 21 de abril, o diretor executivo de futebol René Simões conversou com os pais do atleta e ressaltou a importância da família para a sua recuperação física e psicológica. Pai e mãe do meia vieram para o Rio de Janeiro e estão administrando a carreira dentro do possível.
Mas os relatos que chegam ao departamento de futebol não são dos mais agradáveis. Bernardo não tem sido visto em favelas do Rio de Janeiro, porém, a vida noturna na Barra da Tijuca segue mesmo com as limitações físicas pela cirurgia no joelho esquerdo.
A assiduidade na noite carioca em programas com família, namorada ou amigos não é o único ponto que incomoda. Os dirigentes consideram que Bernardo deveria se poupar pela recuperação da cirurgia e o período inicial de tratamento. Na última semana, o camisa 31 foi visto mancando bastante fora do expediente em São Januário.
Os dirigentes não falam publicamente sobre o caso, mas planejam nova conversa com Bernardo e seus pais. O objetivo é dar mais um alerta e mostrar a importância de se preservar após o polêmico episódio do mês passado e, principalmente, recuperar-se do problema no joelho para tentar voltar a jogar bem na segunda parte da temporada.
Pela série de indisciplinas relatadas por meio da cúpula de futebol, o Vasco crê na desvalorização do jogador e estuda vendê-lo. No entanto, uma futura negociação esbarra em obstáculos consideráveis. Antes das polêmicas, o Cruzmaltino esperava arrecadar ao menos R$ 3 milhões com uma possível transação. Atualmente, o valor para a transferência é cogitado por metade do desejado.
De acordo com as primeiras informações dos agentes policias, Bernardo se envolveu na confusão no dia 21 de abril. Ele teria sido espancado e torturado por traficantes em razão do suposto envolvimento com Dayana Rodrigues, namorada de Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P, chefe do tráfico na comunidade do Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.
Em conversas com amigos e no depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), Bernardo negou conhecer a jovem e descartou ter sido espancado. Entretanto, ele confirmou que foi colocado em um carro pelos bandidos e sofreu tortura psicológica. O atleta foi ameaçado de morte e recebeu tapas no rosto. Dayana levou cinco tiros nas pernas de acordo com os policiais. Outros dois disparos atingiram a mulher de raspão. O meia do Vasco presenciou toda a ação dos traficantes.
Fonte: UOL