Campeão Brasileiro em 1989 e tricampeão Carioca em 1992, 1993 e 1994 pelo Vasco como jogador, Cássio Barros vem fazendo sucesso em seu início como treinador de futebol. O ex-lateral conquistou títulos por todas as categorias que passou dentro da base do Gigante da Colina. No último mês, o atual técnico do time sub-17 teve a oportunidade de comandar sua equipe numa competição internacional.
O desempenho do time juvenil, representado na viagem por jovens nascidos no ano de 1997, foi bastante satisfatório. O Vasco fechou sua participação no Torneio Città di San Bonifácio na quarta colocação, tendo obtido três vitórias e perdido apenas um jogo. O detalhe é que o clube de São Januário ficou à frente de grandes equipes do futebol europeu, como Real Madrid, Arsenal, Juventus e Milan, e só não ficou em terceiro por conta do regulamento, que premia com essa posição o time que perdeu nas semifinais para o campeão.
A campanha cruzmaltina no campeonato realizado na Itália agradou Cássio. Além de ter tido a oportunidade de ver seus comandados em ação e demonstrando um bom futebol contra grandes clubes europeus, o profissional teve a chance de observar de perto como funciona as outras escolas do futebol mundial e de trocar experiências com os treinadores das outras equipes:
- Foi muito bom participar desse torneio. Nós desempenhamos um bom futebol e uma coisa bem próxima do que se pratica hoje no mundo inteiro. Fomos bem competitivos nos jogos. Para mim foi uma experiência muito válida, pois eu vi de perto como funciona o futebol europeu e tive o prazer de jogar contra grandes equipes. Tem muita coisa que a gente precisa aprender. Se os nossos atletas puderem colocar em prática o que eles viram lá, acho que eles vão ter um amadurecimento muito grande. A disciplina tática é algo fundamental no estilo de jogo europeu e eles fazem isso com muita dinâmica e com muita velocidade. Eles são muito obedientes taticamente. É uma coisa que nós temos que aprender. Não temos isso ainda, até mesmo por conta da nossa cultura, mas se nós aproveitarmos essa experiência lá fora e começarmos a fazer isso, acredito que nossos atletas vão chegar ao profissional mais conscientes do que é o futebol hoje - afirmou o treinador ao programa "Só dá Base".
As equipes que mais agradaram a Cássio Barros durante a competição foram a Inter de Milão e o Milan. O rubro-negro já havia chamado a atenção da comissão técnica da categoria mirim, que disputou recentemente o Mundialito de Clubes em Portugal. Será da forma de jogar desses dois times que o treinador tentará tirar algo para implantar em suas equipes no futuro:
- A Inter de Milão chamou a minha atenção pelo futebol compacto. As linhas deles são muito próximas. Eles taticamente foram quase que perfeitos. É um time que consegue andar junto e diminuir bastante os espaços, tanto no campo de defesa, quanto no campo de ataque. Isso acontece por conta da velocidade que eles possuem. É um time muito agrupado. Isso me impressionou por conta da idade que eles possuem. Outro time que chamou a atenção foi o Milan. Eles jogam da mesma forma, mas possuem um pouco mais de qualidade que a Inter. Os atletas sub-17 desses dois times italianos são muito fortes e isso também chamou minha atenção - disse o ex-lateral o programa "Só dá Base".
Cássio pede o fim do racismo no futebol
A passagem vascaína pela Itália não rendeu apenas boas lembranças. Isso porque um jogador cruzmaltino foi chamado de macaco por um atleta da Juventus durante o primeiro jogo de ambas as equipes no Torneio Città di San Bonifácio. A atitude tomada pelo jogador do clube europeu foi condenada pelo treinador vascaíno, que pediu o fim do racismo no futebol:
- Foi lamentável. É uma coisa que não cabe mais no meio esportivo. O que nós mais acompanhamos lá fora é a luta contra o racismo. O engraçado é que eles possuem negros no elenco e apesar disso um atleta deles chamou um jogador nosso de macaco. É uma coisa lamentável. Mas tudo foi resolvido de maneira tranquila. O Mário Reigota e o Doutor Rômulo tomaram as providências na hora do acontecido. O Doutor Rômulo falou com o banco da Juventus e o Mário também interviu do lado de fora. Foi uma coisa que foi contornada bem rápida. Graças a Deus isso não trouxe nenhum prejuízo para os atletas. Os meninos suportaram bem e não entraram no jogo da Juventus. O fato é que eles estavam sendo dominados por nós e acho que eles usaram desse artifício para tentar mexer com o psicológico dos nossos atletas, mas esqueceram que hoje isso não faz mais parte do futebol - declarou ao programa "Só dá Base".
Com informações do Programa Só dá Base/Só Dá Vasco.
Fonte: Blog do Carlos Gregório Jr - Supervasco