Em entrevista ao programa ‘Caldeirão Vascaíno’, o presidente da ‘Cruzada Vascaína’, Léo Gonçalves, não poupou críticas à gestão de Roberto Dinamite. Dentre os apontamentos feitos, Léo destacou a má-situação financeira do Vasco, que, em sua opinião, piorou em relação à que Dinamite encontrou em 2008:
- Destacar o principal erro de uma gestão que cometeu tantos erros é difícil, mas a gente pode falar alguns que, a meu entender, são graves. O primeiro é que o Dinamite, presidente, matou a figura do maior ídolo do clube. Ele teve tudo na mão para fazer a maior gestão de um presidente do Vasco; a mobilização quando ele entrou no clube foi imensa, os torcedores do Vasco acreditavam no reerguimento do clube e ele não fez nada do que tinha prometido. Isso, para mim, é gravíssimo. Você tem que ter palavra. Outro problema é o financeiro. A situação financeira do Vasco é caótica e o Dinamite não fez nada para fazer uma gestão financeira melhor. O Vasco gastou descontroladamente; o Conselho Fiscal do clube avisava dos problemas que estavam acontecendo, foi ignorado; as votações que aconteceram no Conselho Deliberativo foram sempre políticas, em troca de quê, eu não sei, mas os conselheiros do clube, muitos deles, devem estar com a consciência pesada pelo que fizeram. A dívida quando o Dinamite entrou era de 300 milhões e, segundo o Balanço, a dívida do Vasco está em 563 milhões.
Depois de listar aquilo que considera ser o ‘Calcanhar de Aquiles’ da gestão Dinamite, Léo Gonçalves reforçou que a situação financeira do Vasco é reversível e destacou que é fundamental pagar os impostos em dia para evitar que a dívida do clube aumente:
- Tem saída? Tem, com a mobilização da torcida e um trabalho sério dentro do clube. Um exemplo: a Campanha ‘Vasco Dívida Zero’, excepcional, uma ideia maravilhosa que os garotos tiveram. Então, além dessa mobilização, desse movimento contagiante, qual é a contrapartida que o clube tem que ter? Pagar os impostos do dia. Você tem que ter uma gestão planejada financeiramente para manter os impostos em dia pagos, porque assim a dívida não aumenta, senão todos os Vascaínos vão pagando e a dívida vai aumentando e o buraco não tem fim. Tem que fazer uma gestão austera e firma para combater isso.
Questionado sobre quais medidas serão tomadas logo após assumir a presidência, Gonçalves deu ênfase às finanças e ao marketing do clube como ferramenta para aproveitar a capacidade de mobilização da torcida do Vasco:
- A curto prazo é mexer na área financeira. Você tem que encontrar e fazer uma divisão no quadro dos funcionários, colocar em prática projetos de marketing para aproveitar a sua entrada que, com certeza, dá novos ares, seja o Léo, o Horta, Jorge Salgado, qualquer nome novo que entre, a torcida, naturalmente, mesmo que não tenha votado nele, vai estar esperançosa, esperando um Vasco diferente, um Vasco novo, então a gente tem que ter tudo pronto. Você não pode entrar no Vasco achando que agora vai ver o que fazer. Não, você já tem que entrar com tudo pronto, com vários projetos de mobilização, enquanto sua equipe financeira e de RH (Recursos Humanos) reestrutura o clube para diminuir os gastos. É isso que tem que fazer de imediato.
Fonte: Ao Vasco Tudo