O diretor de basquete do Vasco, Francisco Vilanova, concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Vasco Olímpico, da Rede Só dá Vasco, na última quarta-feira. Na oportunidade, Francisco falou de vários temas em relação ao esporte, que já deu milhares de alegrias para a imensa torcida vascaína.
Vasco Olímpico: Analisando todas as categorias do Vasco atualmente, podemos ver um ótimo rendimento até aqui do pré-mirim e do mirim vascaíno. Apesar da situação e da estrutura que temos atualmente, os resultados estão vindo. Qual é sua análise sobre isso?
Francisco Vilanova: “São categorias que vem fazendo um trabalho muito importante sobre o trabalho do Brasília e do Christiano, com toda a equipe nossa. Com muita dificuldade, todos sabem que o Vasco vive um ano muito difícil, aliás, últimos anos muito difíceis. E a gente vem tentando maior estrutura. A base é muito importante. Esses garotos vêm realizando um trabalho que a gente nem esperava no momento, dentro da estrutura que a gente tem. Mas, graças a Deus, está correndo tudo bem e a tendência é melhorar mais. Coisa que não vinha acontecendo. Hoje estamos bem no pré-mirim, amanhã quero que seja assim no infantil, no juvenil e no futuro, no adulto”
Depois da parte boa, temos a parte ruim. Nas categorias sub-15, sub-17 e sub-19, os resultados estão bem ruins. Qual é sua análise sobre isso?
“É um esporte olímpico, que não é profissional. Começa a ser profissional a partir da primeira divisão. Nós temos que dar toda a estrutura, ajuda de custo aos jogadores, as vezes trazer jogadores de fora. No momento, não estamos conseguindo fazer isso. No Rio hoje, nós temos que trazer sempre alguém de fora. E o Vasco não tem essa estrutura de manter e dar essa ajuda de custo aos jogadores. Essa é a dificuldade que a gente vem tendo nessas categorias, diferente das primeiras categorias, que estamos conseguindo ajudar bastante”
Você, como diretor, o que pode fazer para melhor ar essa estrutura?
“Eu tenho uma semana de diretor, vinha dando a estrutura para o basquete antes, mas não era o diretor ainda oficialmente. A gente está tentando montar a estrutura, com alguns contatos bons. Hoje não podemos adiantar nada. O espelho do basquete e dos jovens é a primeira divisão. É o time principal. O Vasco já teve uma estrutura muito boa. Já fomos campeões sul-americano, brasileiro, vice-campeão mundial. Então, a gente tinha uma estrutura que o Flamengo hoje tem. Queremos quebrar a hegemonia deles. Mas temos que ter os pés no chão. Não podemos fazer nada fora da realidade para não dar problemas para o próximo presidente. Cada esporte tem que procurar o seu patrocínio”
Falando em patrocínio, qual é a importância de termos um no basquete?
“A gente quer fazer uma coisa que se auto sustente e que não dependa diretamente do dinheiro do futebol, que é uma coisa que acaba. Se Deus quiser, a gente vai voltar a ter novos ares em São Januário, em termos de basquete. Nós tivemos hoje na Associação de Veteranos no Rio de Janeiro e queremos que as crianças voltem a treinar em São Januário para ter aquela identificação com o Vasco. Esperamos a reforma do nosso estádio em breve. Enquanto isso, a gente quer voltar a treinar pelo menos dentro do forninho, onde está treinando o vôlei. Nós temos o Christiano, que é um técnico de seleção brasileira. Há pouco tempo, o Flamengo quis tirá-lo do Vasco . Houve até uma falta de ética. O Zé Neto queria contratá-lo para ser o seu auxiliar na primeira divisão. E ele preferiu ficar no Vasco. Pra você ver o grande técnico que temos no Club de Regatas do Vasco da Gama, junto com o Brasília e toda a equipe”
Como manter os garotos da base longe dos assédios de outras equipes como Flamengo e Tijuca? Já que eles são o alicerce do esporte... E falando em outra questão até que foi divulgado dentro do clube e na mídia, há chances do basquete ser extinto no clube?
“De maneira nenhuma. Antigamente, o vice-presidente de esportes olímpicos tinha uma outra visão e havia pressões dentro do próprio clube, de alguns conselheiros, para que caso o esporte não pudesse se auto sustentar, ele fosse extinto. Hoje a gente está com uma outra visão. A gente não pode acabar com o atletismo do Vasco, o atletismo está no nosso hino. O remo está no nosso hino. Embora o basquete não esteja no nosso hino, tenho certeza que esses esportes não vão acabar. A âncora do Vasco, não só de nós, mas de todos os clubes, é o futebol. É o que chama realmente. Você tendo um futebol indo bem, as coisas melhoram bastante. O que não pode acontecer, é o que aconteceu ano passado, onde nós ficamos em 8º lugar na taça eficiência da federação de basquete. Isso não pode ocorrer nunca com o Club de Regatas Vasco da Gama. Além de diretor de basquete do Vasco, eu sou presidente do Riachuelo Tênis Clube e ano passado, eu fui campeão do Cariocão de basquete. Eu disputei o estadual e nós tiramos em terceiro lugar. Esse conhecimento que a gente tem do basquete é que queremos estruturar dentro do Vasco. O Cariocão hoje, não disputa nenhum jogador que disputa a NBB. Nós estávamos tentando patrocínio, só que estávamos com algumas dificuldades até ontem, onde foi o arbitral, mas para a gente conseguir o patrocínio vai ser um pouco difícil, mas o nosso foco agora é conseguir um patrocínio para entrarmos na categoria de adulto e também para reestruturarmos cada vez mais a base. Dá um apoio maior ao sub-14 e nas outras categorias para que a gente possa dar uma ajuda de custo melhor aos jogadores. O Vasco está mal nisso, naquilo....mas é aquilo.. não temos condições de dar uma boa ajuda de custo, coisa que os outros clubes conseguem”.
Gostaríamos que você falasse do episódio da ABVRJ que o Paulista tentou barrar, escondeu chave ou algo assim...
“Temos a tabela de basquete do Vasco que estava no Vasco/Barra, que deixamos lá. Em contrapartida, a gente queria treinar lá dentro. O que houve é uma proposta da Associação de Veteranos do Basquete pra que a gente ou pagasse uma quantia mensal ou em contrapartida a gente ficasse 1 ano. O Vasco fez uma proposta e eles fizeram outra. Mas não chegou a ver em nenhum sentido isso. Tenho um bom relacionamento com o Paulista e muitas coisas que as pessoas falam não é a grande realidade. É a pressão sim dos associados, tem vascaíno, flamenguista, tricolor, botafoguense...Então ficam pressionando ele no sentido de que ‘O Vasco joga lá e tal’, mas o que houve foi isso e estamos acertando isso. É uma questão de burocracia, vamos assinar o contrato. Vamos jogar gratuitamente e quando não jogarmos, vamos pagar pelo aluguel”
Você citou o arbitral, foi citado até uma parceria entre o Riachuelo e o Vasco por algumas. O que realmente aconteceu? Quais foram os problemas que inviabilizaram essa parceria?
“O que viabilizou essa parceria é que eu não ia disputar pelo Riachuelo esse ano. O que não pode acontecer é eu usar dinheiro no meu bolso para isso. E eu usei ano passado, 70% do dinheiro saiu do meu bolso. Então me comprometi que não iria fazer mais isso”.
Deixe uma mensagem pra torcida vascaína
“Estamos fazendo um trabalho muito importante e a gente precisa do vascaíno que tem interesse e quer somar. Para a torcida vascaína, eu posso dizer, mas não quero prometer porque precisamos resolver e isso não é resolvido de uma hora pra outra. Mas o nosso objetivo é voltar a estar no topo, na sua tradição. E vamos acabar com a hegemonia daquele time lá da Gávea...”
Fonte: Só Dá Vasco/Supervasco