As semelhanças entre os casos de doping de Deco e Carlos Alberto vão além do fato de que ambos foram pegos com as mesmas substância — hidroclorotiazida (diurético que combate a hipertensão arterial) e carboxi-tamoxifeno (tipo de hormônio). Os dois são clientes da mesma farmácia e alegam contaminação na manipulação de suplementos para explicar o resultado do exame.
Só que essa hipótese é rechaçada por José Ferreira Simões, dono da farmácia Silvestre, envolvida nos casos:
— O trabalho de manipulação de medicamentos não é feito de qualquer maneira. Nós já estamos no mercado há 17 anos, e com experiência reconhecida. Outros esportistas encomendam produtos conosco. Durante o Pan de 2007, muitos atletas do COB foram nossos clientes — defendeu-se.
No meio do futebol, o proprietário da farmácia é mais conhecido como Zeca Simões. Ele também é presidente do Bonsucesso, campeão do primeiro turno da Série B do Rio.
O empresário e dirigente confirmou que Deco e Carlos Alberto são clientes do seu estabelecimento há tempos e disse que, até agora, não recebeu nenhuma notificação — Deco afirmou que estuda processar a farmácia.
— Eles são, sim, nossos clientes. Mas isso não é de agora. Trabalhamos com eles já há muitos anos. E nunca houve nenhum problema.
Carlos Alberto e Deco estão suspensos preventivamente por 30 dias. A audiência no TJD-RJ ainda não foi marcada. Em suas defesas prévias, que devem ser entregues antes do julgamento, os dois irão sustentar a tese do erro na manipulação.
Amigos fora de campo, os dois foram flagrados no doping em um intervalo de 14 dias (o primeiro em 16 de abril, o segundo no dia 30). Se condenados, podem pegar até dois anos de gancho. Na delicada situação de quem não quer ter seu nome envolvido em polêmica, Zeca acompanha de longe:
— Se a porcentagem da substância na urina for pequena, eles nem serão punidos. Acho que tudo vai acabar bem. Vamos esperar.
Fonte: Extra Online