A não ser que haja algum problema com os dois concorrentes, o novo administrador do Maracanã já será anunciado nesta quinta-feira. Às 10h, no Palácio Guanabara, os envelopes com as garantias dos dois consórcios que estão na disputa pela concessão serão abertos.
Na pontuação geral, com 98,26 pontos, estaria mais perto de vencer a licitação o Consorcio Maracanã S.A. — formado pelas empresas Odebrecht (90%), IMX (5%), de Eike Batista (cujo prejuízo no primeiro trimestre chega a R$ 250,9 milhões), e a americana AEG (5%). O concorrente, Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, composto pela OAS (98%), Stadion Amsterdam (1%) e Lagardère Unlimited (1%), está com 94,4624 pontos, mas também tem chances. Só depois da análise de todos os documentos e dos recursos, o vencedor poderá ser anunciado.
Se receber o direito de administrar o Maracanã por 35 anos, a AEG (Anschutz Entertainment Group) vai se tornar líder do mercado de administração de estádios no Brasil. Com sede em Los Angeles, nos EUA, a AEG é responsável pela administração de 120 arenas em todo o mundo. Entre as quais, estão as brasileiras Arena da Baixada (Curitiba), Arena Pernambuco e Arena Palestra (do Palmeiras, em São Paulo). Além do Maracanã, a empresa pretende concorrer também a administração do Mané Garrincha, em Brasília.
Mesmo tendo só 5% de participação no consórcio, a empresa é fundamental para o consórcio na disputa. A AEG, das três, é a única que cumpre o requisito, exigido por edital, de ter experiência em administração de estádios.
No Brasil, a empresa ainda é pouco conhecida, mas há 15 anos já trabalha no ramo de entretenimento. É responsável, por exemplo, pelo Staples Center, do Lakers, em Los Angeles, pela O2 Arena, em Londres, pelo The Home Depot Center, do Galaxy, também em Losa Angeles, e pelos estádios dos times turcos Galatasaray e Fenerbahce. Apesar de tanta magnitude, a empresa foi posta à venda em 2012. Mas Philip Anschutza, seu dono, acabou desistindo da negociação.
Governo atribui a ‘imprevistos’ gasto adiconal
O governo do estado atribuiu a “imprevistos” o gasto adicional de cerca de R$ 200 milhões na reforma do Maracanã. Mas não discriminou quanto gastará em cada um dos “fatores alheios à vontade” do consórcio responsável pela reconstrução do estádio.
Em nota oficial, o governo afirma que “uma obra dessa magnitude pode enfrentar obstáculos imprevisíveis ao longo da sua execução”. O principal deles, diz, “foi o expressivo aumento de quantitativo de recuperação e reforço estrutural e de demolição verificadas”. Segundo a nota, ao longo da reforma, os técnicos descobriram que as estruturas das rampas monumentais e de cinco pavimentos do estádio precisavam ser recuperadas.
Um reforço metálico sob a arquibancada, segundo o governo, também justificou o aditivo. “Os impactos de todos os imprevistos”, diz a nota oficial, adiariam a conclusão da obra para setembro deste ano, já depois da Copa das Confederações. Por isso, “optou-se pela adoção de metodologia diferenciada para as arquibancadas (estruturas metálicas) e implantação de medidas de aceleração (turno adicional e horas extras)”, o que elevou o valor final do contrato para R$ 1,12 bilhão.
Fonte: Globo Online