O meia Carlos Alberto exercita a serenidade enquanto aguarda a denúncia do TJD/RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro) sobre o caso de doping na vitória por 3 a 2 sobre o Fluminense, no dia 2 de março. O exame realizado após a partida deu positivo para Hidroclorotiazida e Carboxi-Tamoxifeno, que mascaram a utilização de outras substâncias e podem render uma suspensão de até dois anos. Por isso, o camisa 10 do Vasco utiliza meios para aliviar a tensão. Jogos infantis eletrônicos com os filhos e um samba no som do carro entre idas e vindas dos treinos fazem parte do repertório.
Carlos Alberto está recluso desde que o caso veio à tona, mas encara tudo com naturalidade. Blindado pelos advogados, ele não concede entrevistas e manifestou-se apenas através de nota oficial. O meia tem a certeza da absolvição e assegura aos amigos que possui elementos suficientes para provar a inocência e que não houve erro de sua parte na administração de remédios ortomoleculares.
Os profissionais do departamento de futebol cruzmaltino elogiam a tranquilidade do jogador, mas reconhecem que Carlos Alberto está “menos brincalhão”. O camisa 10 se apoia nos filhos Lucca, de 3 anos, e Davi, prestes a completar um ano, para superar o momento delicado. Ele costuma sair com a mulher Carolina para jantar e passa um bom tempo praticando jogos infantis eletrônicos com as crianças pelo telefone celular.
Além disso, o meia utiliza a música como válvula de escape. Admirador de samba, ele opta pelo gênero na maioria das vezes em que vai e volta de São Januário para os treinamentos. Sozinho em seu automóvel, Carlos Alberto aproveita o tempo para pensar e aguarda um dos acontecimentos mais importantes da carreira.
A expectativa é a de que o TJD/RJ ofereça denúncia contra Carlos Alberto ainda nesta terça-feira e o julgamento seja marcado. Por ora, o meia treina com o time e viaja para Juiz de Fora normalmente com respaldo do Vasco. Ele está suspenso preventivamente por 30 dias e reconhece que a renovação de contrato com o Cruzmaltino está em risco – o compromisso atual termina em 2 de agosto.
O Vasco não fala abertamente sobre a estratégia de defesa e também preserva o nome da farmácia de manipulação responsável pelos comprimidos ortomoleculares. Carlos Alberto deve argumentar que não sabia da presença das substâncias no medicamento e que o produto foi contaminado indevidamente ainda na farmácia na qual foi produzido.
A defesa é a mesma utilizada pelo nadador Cesar Cielo, em 2011. Flagrado com Furosemida, o atleta usou o argumento em julgamento na CAS (Corte Arbitral do Esporte) e recebeu apenas uma advertência. Já Dodô não teve a mesma sorte e foi suspenso por dois anos pela instituição após alegar a chamada contaminação cruzada.
Fonte: UOL