O programa "Só dá Base" da última quarta-feira (01/05) foi dedicado aos goleiros da base vascaína. Um dos entrevistados da noite foi Marcelo Pires, preparador de goleiros da equipe de juniores do Vasco da Gama. No Vasco desde 2008, o profissional hoje é o responsável pela avaliação de todos os goleiros que fazem parte do futebol amador do Gigante da Colina.
Ao longo de sua participação no programa, Marcelo contou detalhes do início de sua trajetória na profissão, revelou como é feito o seu trabalho, elogiou o jovem Jordi, disse o que espera do restante da temporada pelo time sub-20 e agradeceu aos atuais preparadores físicos do profissional Carlos Germano e Márcio Cazorla pela confiança depositada?
Confira a transcrição da entrevista:
Fala um pouco sobre sua carreira e sua trajetória dentro do Vasco.
"Eu fui goleiro profissional de 93 até o início de 2004. Eu parei minha carreira e ingressei na área de preparação de goleiros. Comecei a minha carreira e fui dando sequência ao meu trabalho até surgir uma oportunidade do treinador Tornado em outubro de 2008. Ele me fez o convite para trabalhar com ele na categoria juvenil do Vasco. Até hoje estou dando sequência no trabalho juntamente com Márcio, o Germano e os demais preparadores de goleiros do clube".
Por qual motivo você escolheu trabalhar com goleiros?
"Eu fui goleiro profissional de 93 a 2004 e quando parei de jogar eu tinha que dar sequência na minha vida. A minha intenção era continuar dentro do esporte. Eu fiz alguns cursos e tenho inclusive curso de treinador de futebol também, mas minha área não é essa. No final de 2004 eu comecei minha carreira de treinador de goleiro e estou até hoje graças a Deus".
O que você faz no cargo de coordenador dos preparadores de goleiros?
"Eu agradeço bastante ao Germano e o Márcio pela confiança. Hoje eu sou coordenador dessa área na base e tenho a responsabilidade de padronizar o trabalho para entregar para os dois o mais padronizado possível. Essa é a minha função e foi isso que passei na reunião que tive com o Mauro Galvão e o Mário Reigota. Estou buscando padronizar os trabalhos do pré-mirim ao juniores com a ajuda dos outros preparadores. Essa padronização deixa o trabalho mais fácil, pois quando o jogador muda de categoria, ele chega lá já com meio caminho andado. A intenção nossa é ter um camisa 1 formado em casa".
O que espera do restante da temporada do time júnior?
"A comissão técnica está dando seu máximo no time de juniores. O Sorato é uma pessoa maravilhosa e um excelente profissional. As coisas estão mudando para melhor aos poucos. Eu acredito que no segundo semestre as coisas vão melhorar cada vez mais. Já melhorou bastante, mas quando falo em melhorar cada vez mais é no sentido de conquistar títulos. No meu ponto de vista estamos no caminho certo".
Qual a importância do rodízio para os goleiros da base?
"A importância é enorme. Todo atleta do pré-mirim, mirim, infantil, juvenil e juniores quer treinar lá no profissional. Com esse rodízio, a gente vai acostumando desde cedo. Eu mesmo na parte da tarde puxo alguns garotos do mirim e do pré-mirim para treinar comigo juntamente com o preparador de goleiros dessas categorias. Nós nos juntamos e começamos a trocar ideias. Para os meninos isso é maravilhoso. Eu estou tentando padronizar também essa questão de filmagem. Eu filmo todos os jogos e após ele eu coloco no DVD para passar para o Márcio e Germano analisarem o desempenho. Estou tentando implantar isso nas outras categorias. A filmagem é importante para após a partida sentar com os goleiros e mostrar os erros e acertos. Após o final do mês ou do campeonato, esses dvds são entregues aos preparadores de goleiros das categorias de cima".
E como você selecionam os goleiros que vão subir para treinar na categoria acima?
"Aqui toda a semana, pelo menos na categoria do juniores, eu trago da categoria juvenil um ou dois goleiros. Depende da semana, pois não adianta você deixar cinco ou seis goleiros aqui. Isso faz com que a produtividade do trabalho caia. Quando o Jordi está direto no profissional, eu fico com três goleiros. Isso abre espaço para trazer dois do juvenil para treinar comigo. Uma vez veio o Juninho com o Alexandre, outra o João com o Vinícius, outra veio só o Lucas. Nós vamos revezando para que todos recebam a sua oportunidade".
O que você poderia falar sobre o Jordi?
"Em relação ao Jordi posso dizer que em 2010 ele chegou ao clube para fazer teste no juvenil. Eu gostei muito do trabalho e após uma semana de treinamento eu pedi ao coordenador e ao treinador para agilizar logo a documentação dele. De lá para cá ele evoluiu muito graças a esse trabalho em conjunto dos preparadores da base e do profissional. No ano passado nós fomos agraciados com a convocação dele para a Seleção. No meu ponto de vista isso coroou o nosso ano de 2012. Temos muitos outros bons goleiros também e a qualquer momento eles podem estar treinando na equipe profissional com o Germano".
O que você poderia falar sobre sua relação com os profissionais do juniores?
"O Jair Bragança é um grande amigo. Aprendi muita coisa com ele aqui. Trocamos muitas ideias, pois ele também foi preparador de goleiros. O Cássio já havia trabalhado comigo no Artsul. Ele é um excelente profissional. O Sorato, o Cleytuil e o André Portela também são pessoas excelentes. Hoje eu posso afirmar que o Vasco está bem servido nas categorias de base".
Com informações do Programa Só dá Base/Só Dá Vasco.