O técnico Paulo Autuori falou ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, sobre os protestos da torcida do Vasco e disse que as manifestações têm que ser pacíficas, sem intimidações:
“Torcedor tem todo direito de expressar seu desagrado, mas de forma civilizada. Cada um tem que protestar no seu lugar. Há 3 perguntas: aonde, quando e com quem? Não é tentando intimidar profissionais para se conseguir alguma coisa. Das vezes que torcedores entraram em campo, mudou o que? Não se pode continuar nessa perspectiva.”
Autuori: "Temos que ser transparentes, não iludir as pessoas"
Paulo Autuori, técnico do Vasco, falou a ESPN Brasil que confia nas pessoas que estão ao lado dele trabalhando no processo de reestruturação do Vasco e que também é necessário existir transparência:
“Tem que se dar condições aos profissionais, lidar com as dificuldades de forma digna, é um grande desafio, mas nesse momento será mais prazeroso se eu conseguir participar de um processo de reestruturação do Vasco e com pessoas capacitadas e poder ajudar a pensar na verticatilização do futebol como um todo. Renê Simões, que saiu do zero com a Jamaica, o presidente Roberto Dinamite e Ricardo Gomes, um espelho, em vencedor nato, um exemplo de jogador.”
“Temos que ser transparentes, não iludir as pessoas, depois virá a pressão da imprensa, da torcida querendo jogadores, e ao se contratar não é só salário, há um custo final. É preciso também ter coragem, e não é só escutar o que quer ouvir e vir a público dizer o que querem ouvir. Os próximos tempos serão difíceis.
Paulo Autuori afirma que Vasco precisa equilibrar finanças
Durante o programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, o técnico do Vasco Paulo Autuori afirmou que o clube precisa antes se estruturar financeiramente para depois se tornar competitivo dentro de campo:
"Aceitei o Vasco porque viso sempre crescer profissionalmente, não reclamamos dos resultados, calendários, podemos pensar futebol como um todo, não quer dizer que eu trabalhando num clube que eu sempre puxe a sardinha pro meu lado. Eu enxergo futebol de uma forma geral. Há dificuldades de infraestrutura, financeira e de jogadores. Sou uma pessoa feliz, tenho muito orgulho de estar diante d euma instituição como o Vasco, a melhor forma de enfrentar as dificuldades é ser transparente."
“Acho que o clube tem que primeiro resgatar sua saúde econômica e financeira para depois ter um time de futebol competitivo e que possa ser consentâneo com toda história de vitória e de vanguarda de um clube como o Vasco. Nós tivemos como exemplo ontem, no Borussia Dortmund, que conseguiu se reestruturar, resgatou sua saúde financeira e foi desenvolvendo passo a passo seu futebol de maneira mais digna, proporcionando aos seus profissionais uma estrutura de trabalho.”
“Eu ficava decepcionado quando escutava que existia antipatia quando se falava do Vasco, pois havia desorganização e não conquistava títulos. Até quando os clubes sem saúde financeira vão iludir as pessoas e se manter competitivas? O Vasco foi campeão em 2011 e perdeu todos os jogadores, e sem organização e saúde financeira não dava para se manter uma capacidade de vitória. “
“Muricy ganhou 3 Brasileiros não é fácil, o Fluminense tem um modelo de gestão diferente, com Unimed,mas as finanças têm sempre que estar equilibradas para os clubes honrarem seus compromissos, contratar com qualidade e consequentemente desenvolver um trabalho satisfatório.”
Autuori: A profissão de treinador é sofrida"
Paulo Autuori, técnico do Vasco, durante o programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, defendeu a classe dos treinadores e afirmou que a profissão parou no tempo:
“Eu sempre falei da minha classe de técnicos, não fiz comparações com treinadores europeus. No futebol árabe, trabalhei com profissionais de diversas nacionalidades. Nossos fisiologistas são excepcionais, nossa medicina esportiva é top, jogadores do Milan vinham se tratar aqui. Já vi colegas meus falarem coisas pessoais e não mostrarem nada de metodolodia no exterior, não podemos contar essas histórias. Paramos no tempo, estamos perdendo espaço nas categorias de base no Qatar para espanhóis e franceses. Os profissionais de fora da área do futebol cresceram, e nós treinadores não.”
“A profissão de treinador é sofrida, não podemos só lamentar, reclamar de estrutura e calendário, temos que fazer alguma coisa, contar com pessoas que entendam de futebol, com estilos diferentes para que haja contrapontos e encontremos saídas para a carreira.”
Autuori: "Não aceito mediocridade no futebol brasileiro"
O técnico Paulo Autuori, em participação na ESPN Brasil, afirmou que procura passar seus conceitos da melhor forma para que seus comandados assimilem e disse não aceitar o uso de vantagens para se sobressair sobre adversários frágeis:
"Eu sempre quis pequenos sinais, positivos, e eu transporto para dentro de campo. É fácil falar de jogadores, mas vamos falar de trabalho. Quero discorrer sobre conceitos, e qual o problema de eu divergir de ideias de outro companheiro, mas que vise ajudar? Eu tenho conceitos, e procuro passar para que o jogador consiga assimilar."
"Não aceito mediocridade no futebol brasileiro, querer tirar vantagem de uma equipe menos qualificada utilizando trabalho ruim. No futebol peruano, onde trabalhei, queriam utilizar a altitude como artifício, não aceitei. Hoje jogaram, não conseguiram nada."
Paulo Autuori fala sobre futebol do Qatar e Copa de 2022
Durante o programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, o técnico Paulo Autuori falou sobre o futebol do Qatar e a escolha do país para a realização da Copa do Mundo de 2022, discordando que houve fraude na eleição que apontou o país asiático como sede daqui a 9 anos:
“Falar em fraude na escolha do Qatar para ser sede da Copa do Mundo de 2022 seria leviano de minha parte, Platini contesta muitas situações. Há uma situação política da FIFA que a Copa do Mundo seja disputada em outros continentes, em termos de estrutura eles vão dar show, em organização também, e vivem de visibilidade.”
“Há questões visíveis, choques culturais, ingleses e franceses sentirão o impacto no Qatar quando forem ver a Copa do Mundo. “
“Os estádios são vazios, só na Copa do Emir que há público, o Al Hayan leva muita gente aos estádios.”
"Quem desenvolveu o futebol no Qatar foi Evaristo de Macedo, ele é, foi e sempre será o rei do futebol do Qatar, contribuiu para o progresso do esporte lá.”
Saiba o que Paulo Autuori faria se fosse presidente da CBF
Ao ser questionado no programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, sobre qual modelo de gestão implantaria na CBF se assumisse o comando da entidade daqui a 5 ou 10 anos, o técnico Paulo Autuori respondeu:
“Meu modelo seria juntar cabeças pensantes, mesmo que com estilos diferente, pensaria futebol de uma maneira geral, padronizar os campos, os gramados, a CBF tem que ajudar os clubes, eles são importantes, não existem ligas fortes sem clubes fortes. Não é bom para Flamengo, Fluminense e Botafogo que o Vasco esteja nessa condição, ou vice-versa. Tem que elevar o nível para crescer em termos gerais.”
“Eu faria congressos todos os anos e em todas as classes, vamos pensar junto, traçar metas, e a cada ano refazer as coisas. É fácil? Não é, mas em todas as classes há pessoas receptivas quanto a isso, é preciso estar na mão de pessoas ligadas ao futebol, poderíamos juntar 6 cabeças pensantes de futebol de alto nível, ex-praticantes, estou falando de jogadores, e fazer um trabalho.”
Saiba quem Paulo Autuori indicaria para sucessor de Marin na CBF
Em participação na ESPN Brasil, o técnico Paulo Autuori foi indagado sobre quem ele indicaria para a sucessão de José Maria Marin na presidência da CBF. Confira a resposta:
“Há carência com relação a pessoas que tenham responsabilidade de assumir a CBF, não há pessoas que não possuam rabo preso com ninguém, mas eu puxaria alguém ligado ao futebol. O Carlos Alberto Torres carrega a imagem do futebol brasileiro. Precisamos disso, que uma pessoa vá lá fora e seja respeitada pela presença física dela.”
Técnico do Vasco comenta declaração polêmica de Felipão; Confira
Paulo Autuori, técnico do Vasco, comentou na ESPN Brasil declaração do treinador da Seleção Brasileira, Luis Felipe Scolari, de que volantes goleadores são bonitos para a imprensa:
“Não posso dizer que Felipão falou bobagem, é o que ele acredita. Há conceitos em que nós acreditamos, não quer dizer que seja o melhor, mas não concordo com o posicionamento dele. Uma grande equipe tem que ter volantes que jogam, você começa a organização, quando ganha volume de jogo, ao colocar os volantes no campo adversário, se a bola fechou no lado direito, como dará passes curtos no lado esquerdo? Usando bem os volantes, que já estão no campo adversário.
“No futebol brasileiro, qualquer olheiro que venha pra cá e veja jogador brasileiro, dirá que meia pisa na área, e se não pisa, tem que fazer gol. Eles tem que vir atrás buscar o jogo e procurar organizar, pois os volantes estão aqui atrás. Como você vai ganhar qualidade de jogo e rapidez? Num calendário como o nosso é possível jogar 3 jogos dessa maneira? Respeito, mas não concordo, os jogadores de meio-campo tem que atuar como Paulinho e Ralf, assim como atuaram Mineiro e Josué, por isso as equipes foram vitoriosas, não por um período curto, mas por um espaço de tempo.”
Fonte: Supervasco