O episódio das supostas agressões por parte dos traficantes do Complexo da Maré envolvendo o meia Bernardo ainda é o assunto principal no dia a dia do Vasco. Apesar do caso delicado e o desejo da diretoria em negociar o atleta ao término da temporada, o elenco torce pela permanência do camisa 31 em São Januário. Pelo menos é o que garante o volante Fellipe Bastos.
“O Bernardo é meu amigo e gosto muito dele. Espero que tudo se resolva e a justiça seja feita. Com o grupo não tem problema. Torço para que ele fique, pois sempre ajuda dentro de campo. Mas não cabe dizer se o Bernardo vai ficar. Tem que ver se é bom para todo mundo”, afirmou o jogador.
O fato com Bernardo é mais um durante um 2013 complicado para o Cruzmaltino. A situação financeira ganhou um alento com a venda do zagueiro Dedé, porém, os problemas são diários para a resolução dos cartolas. Fellipe Bastos aposta em uma evolução na sequência da temporada.
“Não podemos negar que o salário em dia deixa todos felizes. Espero que continue assim. Mas já passei por muita coisa aqui no Vasco. O clube é vencedor e tem essa mentalidade. É isso que o Paulo Autuori tanto tem falado. Vamos mentalizar que podemos e conseguir os nossos objetivos”, encerrou.
Bernardo faz cirurgia no joelho esquerdo na próxima quarta-feira. Ele solicitou aos dirigentes a realização da recuperação fora do Rio de Janeiro e recebeu o aval. O meia teme represálias e ainda não sabe se terá clima para permanecer no Vasco. Por sua vez, a diretoria aguarda as investigações, mas se mostra disponível para auxiliar o atleta nos aspectos jurídico e psicológico.
Assustado com a repercussão do episódio ocorrido no dia 21 deste mês, Bernardo retornou ao Rio de Janeiro em sigilo e depôs na última segunda-feira na 21ª delegacia (Bonsucesso). Ele voltou a negar as agressões promovidas pelos traficantes e também deixou claro não conhecer Dayana Rodrigues, namorada de Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P, chefe do tráfico na comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro.
Bernardo descartou a amigos ter passado por um período de espancamento, mas confirmou que foi colocado em um carro pelos bandidos e sofreu tortura psicológica. O atleta foi ameaçado de morte e recebeu tapas no rosto. Dayana levou cinco tiros nas pernas de acordo com os policiais. Outros dois disparos atingiram a mulher de raspão.
Fonte: UOL