Acusado de aliciar jogadores nas categorias de base dos clubes, o São Paulo se defendeu das denúncias na última quinta-feira, quando o diretor de futebol, Adalberto Batista, falou com os jornalistas sobre o assunto e alegou que a equipe tricolor estaria agindo segundo a lei. Nas declarações à imprensa, Adalberto também aproveitou para alfinetar o Vasco, um dos clubes que teve um jogador aliciado pelo Tricolor, fazendo referência à falta de estrutura do time carioca na base.
E, nesta sexta, foi a vez de René Simões, que foi citado pelo dirigente são-paulino, rebater as afirmações dele fazendo até mesmo um convite para Adalberto conferir de perto o CT vascaíno, inaugurado em setembro do ano passado.
Em contato com o ESPN.com.br, René retrucou as declarações do dirigente tricolor e chamou-as de ‘mentirosas’. Indignado com a forma com que Adalberto falou sobre as dificuldades passadas pelo Vasco recentemente, o diretor-executivo do clube carioca não poupou críticas ao seu ex-companheiro de trabalho no São Paulo e considerou a atitude dele ‘preconceituosa’.
“Eu lamento profundamente que uma pessoa inteligente se use de meios tao baixos e vulgares. Os termos que ele usou foram vulgares e são mentirosos. Ele está convidado a conhecer o Centro de Treinamento do Vasco da Gama se quiser”, rebateu o diretor vascaíno.
“E você pode até ser pobre e ser limpinho também, né? Então isso que ele disse é uma questão de preconceito, que pobre é sujo e porco, isso é um preconceito inadmissível”, prosseguiu.
Questionado sobre os casos de aliciamento de jogadores, Adalberto Batista citou até mesmo o nome de René Simões, insinuando que o diretor vascaíno estava querendo ‘se aparecer’ ao levantar essa causa. Mais do que isso, o dirigente tricolor mencionou a suposta falta de estrutura do Vasco, indicando que o clube não ofereceria nem mesmo as condições básicas de higiene aos jogadores da base.
“O Renê está chateado porque ele vem perdendo atletas seguidamente e está em um clube que, infelizmente, de acordo com matérias publicadas e apesar da grandeza do Vasco da Gama, vive em condições precárias de higiene, sem papel higiênico, tampa na privada, esgoto a céu aberto. Além de tudo, aqueles jogadores que têm contrato, com uma ajuda de custo, não estão recebendo. Esses jogadores estão conseguindo a liberação da Justiça e indo para outros clubes, mas quando vêm para o São Paulo, dá Ibope”, disse Adalberto ainda na quinta-feira.
Em resposta ao diretor são-paulino, René Simões avisou que o Vasco sequer está vinculado ao boicote que está sendo programado por alguns clubes durante a Copa 2 de julho, que acontece entre 1º e 14 de julho, na Bahia, já que o time carioca não foi convidado para participar do torneio.
“O São Paulo está se virando contra mim, acha que sou eu que estou fazendo esse boicote. Não sou eu que estou fazendo, mas se estivesse lá, eu faria. O Vasco nem está na Copa 2 de Julho, nem foi convidado”, esclareceu René.
O dirigente do Vasco ainda condenou a atitude de Adalberto Batista ao falar sobre as dificuldades financeiras que o time carioca está enfrentando e reiterou que o diretor são-paulino não tem o direito de fazer declarações como as que fez na última quinta.
“O Adalberto não tem o direito de falar do Vasco. O Vasco é muito grande para ser tratado como ele tratou, ele não tem o direito e ninguém tem. O Vasco passa por seus problemas, como o São Paulo já passou pelos dele. Mas é um clube de tradição, grande, não dá para ver um dirigente de um clube falar o que ele falou, ele está absolutamente errado”, concluiu.
René Simões e Adalberto Batista trabalharam juntos no São Paulo no ano passado, quando o time do Morumbi contratou o ex-treinador para dirigir as categorias de base do clube. O vínculo ente René e a equipe tricolor, porém, durou apenas oito meses, quando o atual diretor vascaíno decidiu sair por ‘questões pessoais’.
Fonte: ESPN.com.br