O advogado Gustavo Pinheiro pouco falou desde que chegou ao Rio para assumir o departamento jurídico do Vasco. Trazido pelo diretor geral Cristiano Koehler, com quem trabalhou no Grêmio, onde exercia a mesma função no clube gaúcho, ele era também presidente da comissão de direito desportivo na OAB de Porto Alegre. Passa por ele toda a estratégia do clube na negociação com a Fazenda Nacional e com outras esferas governamentais, além de tantos outros casos que entravam o dia a dia vascaíno. Pinheiro e o presidente Roberto Dinamite devem receber a intimação judicial nesta quarta sobre a cobrança da Fazenda em cima de um percentual da venda de Dedé. Mas, por enquanto, ele não tem muito a informar sobre o caso.
- A gente só pode comentar qualquer coisa assim que receber a intimação da Fazenda. A imprensa está mais rápida que a Justiça - comenta o diretor jurídico.
Segundo o dirigente vascaíno, o feriado desta semana no Rio - dia de São Jorge - ainda complicou mais essa comunicação entre Fazenda e Vasco. Porém, ele lembra que ainda não há um acordo próximo entre as partes.
- Não tem acordo. Como não teve do Flamengo também. O que precisa ser feito é uma forma de composição dessa dívida com a Fazenda. O clube está sendo penhorado e está se defendendo das penhoras. Tentamos uma negociação que seja viável para o clube. Uma solução que atenda a todos os interesses. Pela Fazenda, ela recebia tudo para hoje Ou melhor, para ontem - diz Pinheiro.
Nas últimas tratativas, o Vasco, que tem cerca de R$ 20 milhões penhorados na Fazenda, tentava renegociar as dívidas ao longo de mais de 10 anos, além de pedir a redução das penhoras de 100% para menos de 5%. Do outro lado, a Fazenda queria um total de dois anos para que o clube efetuasse o pagamento das dívidas.
- A estratégia do Vasco é questão interna. Quanto mais divulgarmos nossa intenção, mais difícil fica qualquer avanço - afirma Gustavo Pinheiro.
Em entrevista recente ao GLOBOESPORTE.COM, o presidente Roberto Dinamite chegou a prever uma solução não tão demorada para entraves jurídicos do clube com órgãos governamentais, inclusive com a obtenção das Certidões Negativas de Débito (CND).
- Nosso trabalho é para conseguir as certidões negativas de débito. Acredito que no período de um mês ou dois meses a gente também esteja com essa situação bem encaminhada para poder ter um Vasco mais forte, porque o Vasco só vai ficar realmente forte quando conseguir essas coisas, como as CNDs - disse o presidente do Vasco.
O diretor executivo René Simões mostrou otimismo em obter as certidões negativas de débito. Ele lembrou a estratégia do Flamengo e disse que o Vasco segue o mesmo caminho.
- Existe um planejamento para obter essas certidões. Mas o Vasco não tem disponibilidade de receitas de televisão como o Flamengo, que tem uma receita maior. Acredito que o Flamengo tenha comprometido exatamente todo esse pedaço a mais da receita para pagar as dívidas em três ou quatro anos. O Vasco está trilhando o mesmo caminho. É algo fundamental para montar uma estrutura que não seja uma bolha - afirmou René Simões.
Fonte: GloboEsporte.com