Com a confirmação da transferência do zagueiro Dedé para o Cruzeiro, pela quantia de 14 milhões mais o empréstimo dos jogadores Wallyson e Wellington Paulista. O atleta se despediu por meio de uma entrevista coletiva. Muito emocionado, ele falou sobre todo o carinho que tem pela torcida cruzmaltina, a falta de vontade de deixar o clube, a questão de atrasos salariais, entre outros assuntos.
“Nunca vou deixar de lembrar da torcida. Despedida é ruim de fazer. Só tenho que agradecer o que a torcida fez por mim em momentos bons e difíceis. Nunca vão sair do meu coração”, falou demonstrando gratidão.
O zagueiro fez 160 jogos e 19 gols com a camisa do Vasco e, não escondeu o carinho por tudo que o clube representou para ele, tanto que o mesmo revelou que não tinha vontade de deixar o clube.
“Houve uma sondagem do Corinthians e fiquei contente pela valorização. Mas decidi ficar. Nunca pensei em sair do Vasco. Não me arrependo de ter negado vários clubes grandes da Europa pelo carinho que tenho”, disse.
Sem maldade, o ídolo de São Januário contou como ficou penalizado com a situação dos salários atrasados e, por mais difícil que fosse para ele deixar o clube que o projetou para o mundo, se sentiu pressionado vendo que poderia ajudar a amenizar os problemas.
“É difícil ver trabalhadores que a gente gosta muito sofrendo, sem salário. Eles precisavam que mudasse alguma coisa e ali vi que poderia ser. Fiquei com o coração partido, mas vi que poderia ajudar. Senti a pressão, sim. Me senti uma mina de ouro que poderia clarear a escuridão. Não tive a escolha de pensar. Achei que conseguiria pensar, mas não tive chance. Vi que tinha uma decisão concretizada”, contou.
No decorrer do seu discurso, o ex-camisa 26 da Colina opinou sobre o elenco, para ele algo a mais poderia ser feito para manter um grupo bom, segurar melhor os atletas que deixaram São Januário no início da temporada. O Cruzeiro surgiu como uma boa oportunidade para a manutenção do elenco para o restante do ano.
“Acho que eles podiam fazer alguma coisa para manter um bom elenco, não só a mim. São muitas coisas em clubes grandes que não entendo. O Vasco passou por uma crise muito forte. Não conseguia fazer absolutamente nada. Comprar nada, pagar nada. Pensei bastante no clube. O Cruzeiro para mim foi excelente”, revelou.
Apesar de estar deixando o cruzmaltino, Dedé aponta o seu ex-companheiro, o jovem Luan, como um possível sucessor. E torcerá muito para que o garoto apareça em breve como um dos principais zagueiros do Brasil.
“O Luan deveria ter uma oportunidade do Vasco. Até antes porque ele vinha se destacando na base. Moleque de bastante potencial. O garoto escuta todo mundo, da mesma forma que eu fazia. Ele tem muito para crescer e espero vê-lo arrebentando tendo o mesmo sucesso que eu tive”, aposta o defensor.
No estado de Minas Gerais, o adversário do seu novo clube tem a considerada por muitos a melhor dupla de zaga do país, composta por Réver e Leonardo Silva e, Dedé tem o total conhecimento da situação e pretende fazer o seu melhor.
“Eu estou indo para somar no Cruzeiro. Em Belo Horizonte tem dois bons zagueiros no time rival (Atlético-MG), o Réver e o Leonardo, e vou fazer o que eles fazem para ter o respeito da torcida do Cruzeiro”, avaliou.
Ele finalizou falando sobre tudo que esses anos representaram para sua vida e, que a saudade será uma das coisas mais difíceis com a mudança. Por fim, ressaltou as o amadurecimento que teve durante toda sua passagem no Vasco.
“Mudou muita coisa desde 2009. Minha cabeça, não sabia como me pronunciar, ficava nervoso. Não pensava legal nas coisas que fazia, amadureci bastante aqui”, concluiu.
Fonte: Super Rádio Tupi