Depois do início tumultuado do processo licitatório do Maracanã na última quinta-feira, foram abertas na manhã desta terça-feira, no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio, as propostas técnicas e financeiras dos dois consórcios que disputam a gestão do Complexo do Maracanã pelos próximos 35 anos. O Consórcio Maracanã S.A., formado por IMX, Odebrecht e AEG, saiu na frente e ofereceu R$ 5,5 milhões anuais (R$ 1 milhão a mais que o valor mínimo) como valor de outorga - um investimento total de R$ R$ 181,5 milhões.
O outro postulante, Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro - que reúne a brasileira OAS, a holandesa Stadion Amsterdam N.V. e o grupo francês Lagardère Unlimited - ofereceu R$ 4,7 milhões, o que representa um investimento total de R$ 155,1 milhões (valor de 33 anos, já que há dois anos de carência). Depois dos valores revelados, a comissão de licitação vai analisar as propostas técnicas, e não há prazo para que o vencedor do processo seja conhecido.
O valor de outorga mínimo estabelecido pelo Governo é de R$ 4,5 milhões. O modelo de consórcio estipula que o grupo que oferecer mais não necessariamente é o que vai vencer a licitação. A proposta técnica tem peso 60 e a financeira, 40. Ou seja, se o consórcio que ofereceu um valor menor compensar essa diferença na proposta técnica ganha o direito de administrar o complexo pelos próximos 35 anos.
O consórcio vencedor, além do pagamento anual, terá de se comprometer com uma série de obras incidentais, como demolir o Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Parque Aquático Júlio Delamare e a Escola Municipal Friendereich e erguer novos centros de treinamento de atletismo e esportes aquáticos num terreno próximo.
Além disso, as empresas terão também que implantar o Museu do Futebol e um estacionamento no entorno do estádio, além de restaurar o prédio do antigo Museu do Índio para instalar ali o Museu Olímpico. O custo dessas obras é estipulado em R$ 594 milhões e tudo tem que estar pronto antes da Olimpíada de 2016, no Rio. Estudos de viabilidade estimam que o consórcio que vencer a licitação pode ter um lucro de até R$ 1,4 bilhão durante o período da concessão.