Trinta e cinco jogadores de futebol, campeões mundiais nas copas de 1958, 1962 e 1970, começam a receber hoje (15) o prêmio de R$ 100 mil instituído pela Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012), que também prevê o pagamento de uma pensão mensal vitalícia àqueles que estão sem recursos ou com recursos limitados para sobreviver.
O prêmio especial está sendo pago de uma única vez pelo Ministério do Esporte, sem incidência de Imposto de Renda. O benefício também será recebido pelas famílias dos ex-jogadores já falecidos, assim como o auxílio, que servirá para completar a renda mensal do beneficiário até que seja atingido o valor máximo do salário de benefício do Regime Geral de Previdência Social (R$ 4.159,00).
No total, 51 atletas ou suas famílias, no caso dos que morreram, têm direito ao benefício. O único campeão mundial que recusou o prêmio foi o meia Tostão (Eduardo Gonçalves de Andrade), campeão da seleção de 1970, que se declarou contrário à concessão. De acordo com a pasta, o dinheiro foi depositado nas contas dos campeões.
O ex-lateral-direito Djalma Santos, campeão da seleção de 1958, que era reserva e foi escalado apenas na final contra a Suécia (vencida pelo Brasil por 5 a 2), disse à Agência Brasil que a iniciativa do governo é justa.
“Nós não fizemos nada mais do que a nossa obrigação, mas o prêmio é merecido. Afinal, o futebol brasileiro estava mal naquela época, pois tinha perdido a Copa de 50 em casa, para o Uruguai, e havia sido eliminado da Copa de 54, na Suíça, pela Hungria. Nós demos uma grande alegria à torcida e ao país com aquela conquista, a primeira Copa do Mundo ganha pelo Brasil”.
Quanto à recusa de Tostão de receber o prêmio, Djalma Santos, hoje com 80 anos e morando em Uberaba (MG), diz: “é a opinião dele, mas acho um pouco errado [pensar assim], pois a maioria dos ex-jogadores campeões do mundo precisa desse dinheiro”.
Outro campeão mundial que vai receber os R$ 100 mil é o atacante Dario, o Peito de Aço ou Dadá Maravilha, como era conhecido quando jogador. Ele se diz “muito feliz por estar no meio desses heróis”, já que participou da seleção campeã mundial em 1970, no México, como reserva no ataque, então formado por Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivellino.
“Eu me sinto feliz com essa recompensa, pois já estava até brigado com Deus. É que, se eu tivesse nascido alguns anos depois da minha época de jogador, eu teria ficado milionário no futebol de hoje, pois marcar gols era a minha especialidade e essa é a função mais valorizada no futebol moderno”.
Hoje com 67 anos de idade e comentarista esportivo na televisão de Minas Gerais, Dario diz que é mais querido pelo público do que quando era jogador do Atlético Mineiro, “mesmo tendo sido carrasco do grande rival Cruzeiro”.
Quanto à recusa do prêmio pelo colega Tostão, Dario evitou comentário: “Não entro no mérito, porque não sou advogado”. Durante a carreira nos campos, ele marcou 926 gols, dos quais 499 de cabeça – “eu era uma máquina de fazer gols” - e também ficou famoso por frases pitorescas, como “para toda problemática eu tenho a solucionática”.
Os jogadores que estão recebendo o prêmio de R$ 100 mil são os seguintes:
Altair Gomes de Figueiredo (Altair)
Amarildo Tavares da Silveira (Amarildo)
Antônio Wilson Vieira Honório (Coutinho)
Carlos Alberto Torres (Carlos Alberto)
Clodoaldo Tavares de Santana (Clodoaldo)
Dario José dos Santos (Dario)
Dino Sani
Djalma dos Santos (Djalma Santos)
Edson Arantes do Nascimento (Pelé)
Eduardo Roberto Stinghen (Ado)
Emerson Leão (Leão)
Gérson de Oliveira Nunes (Gérson)
Gylmar dos Santos Neves (Gylmar)
Hércules Brito Ruas (Brito)
Hideraldo Luiz Bellini (Bellini)
Jair da Costa
Jair Marinho de Oliveira (Jair Marinho)
Jair Ventura Filho (Jairzinho)
Joel Camargo (Joel)
Jonas Eduardo Américo (Edu)
José Ely de Miranda (Zito)
José Guilherme Baldocchi (Baldocchi)
José João Altafini (Mazzola)
José Macia (Pepe)
José Maria Rodrigues Alves (Zé Maria)
Marco Antônio Feliciano (Marco Antônio)
Mário Jorge Lobo Zagallo (Zagallo)
Mengálvio Pedro Figueiró (Mengálvio)
Moacir Claudino Pinto (Moacir)
Nílton De Sordi (De Sordi)
Nilton dos Santos (Nilton Santos)
Paulo Cézar Lima (Paulo Cézar Caju)
Roberto Lopes Miranda (Roberto Miranda)
Roberto Rivellino (Rivellino)
Wilson da Silva Piazza (Piazza)
Os campeões mundiais já falecidos cujas famílias serão beneficiadas são:
Carlos José Castilho (Castilho)
Edvaldo Alves Santa Rosa (Dida)
Edvaldo Izídio Neto (Vavá)
Everaldo Marques da Silva (Everaldo)
Félix Miéli Venerando (Félix)
Joel Antonio Martins (Joel)
José de Anchieta Fontana (Fontana)
José Ferreira Franco (Zequinha)
Jurandir de Freitas (Jurandir)
Manoel Francisco dos Santos (Garrincha)
Mauro Ramos de Oliveira (Mauro)
Orlando Peçanha de Carvalho (Orlando)
Valdemar Rodrigues Martins (Oreco)
Valdir Pereira (Didi)
Zózimo Alves Calazans (Zózimo).
Fonte: Agência Brasil
Nota da NETVASCO: Bellini (1958), Orlando (1958) e Vavá (1958) foram campeões do mundo enquanto eram atletas do Vasco; Amarildo (1962), Brito (1970), Leão (1970), Fontana (1970), Marco Antônio (1970) e Paulo Cézar Caju (1970) não eram atletas do Vasco quando foram campeões do mundo, mas tiveram, em algum momento de suas carreiras, significativa passagem pelo clube, mesmo caso de Tostão (1970), que recusou o prêmio.