O caos financeiro e administrativo do Vasco começa a ter consequências políticas para a atual diretoria. Na segunda-feira, foi realizada uma reunião entre várias correntes políticas do clube, com o objetivo de propor soluções emergenciais para ajudar o Gigante da Colina a sair do buraco. Uma das propostas aprovadas é entrar com um pedido de impeachment ao presidente, Roberto Dinamite, e a toda diretoria. Ídolo em campo, o dirigente está cada vez mais isolado, e diversos nomes se planejam para assumir o clube. Entre eles, Eurico Miranda.
No encontro, organizado pelo presidente da Cruzada Vascaína, Léo Gonçalves, estiveram nomes como Eduardo Machado, ex-vice-presidente de Marketing do clube, Otávio Gomes; conselheiro benemérito e opositor da atual gestão, João Marcos Amorim, membro do conselho fiscal; entre outros sócios que acompanham a vida política do Vasco. Das 100 pessoas presentes, 12 foram contra a tentativa de impeachment por meios legais.
“Sabemos que é um processo longo, complicado, sobretudo com o conselho deliberativo atual. Mas entendemos que essa medida é proposta porque quem comanda o Vasco não é mais o Roberto, e sim o Cristiano Koehler. Se não forem tomadas medidas urgentes, o time vai ser rebaixado novamente”, alardeia Léo Gonçalves, segundo colocado nas eleições de 2011.
“Aprovamos por unanimidade várias propostas emergenciais para o Vasco, como permitir o cadastro de sócios pela internet, que tem sido difícil. O Vasco está muito atrás de outros clubes nesse sentido.” Outra exigência da oposição é o fim do nepotismo, com a demissão dos parentes de Roberto Dinamite em até 30 dias. “Seria uma medida moral e sem efeitos financeiros, mas ajudaria a resgatar a credibilidade da instituição”, concluiu Gonçalves. Ele também é favorável ao Vasco disputar a concessão do Maracanã, mesmo tendo São Januário. “Sempre tivemos duas casas, e não podemos perder o bonde da história.”
Algumas atitudes foram bastante criticadas. “Esse ‘profissionalismo’ do Vasco, atualmente, custa R$ 300 mil por mês. Estamos em abril, portanto, gastaram R$ 1,2 milhão. Se somarmos aos R$ 6 milhões da folha salarial, chegamos aos R$ 7,2 milhões que o clube deve ganhar com a venda do Dedé, e não sobra dinheiro para mais nada. A situação é complicadíssima”, afirmou Eduardo Machado. O dirigente deixou a vice-presidência de Marketing em fevereiro. Na reunião, também foi ventilada a possibilidade de unificação entre as chapas da oposição em 2014.
A relação entre Eurico Miranda, ex-presidente do clube, e a atual diretoria também foi criticada. “O Eurico se diz oposição, mas hoje (segunda-feira) estava na antessala da secretaria do clube, batendo papo com o vice-presidente, Antônio Peralta. Ele está cada vez mais próximo da atual diretoria”, entregou Otávio Gomes, conselheiro benemérito do Vasco há mais de 30 anos.
Fonte: Superesportes