Dedé ainda não teve sossego este ano. Mesmo sob os cuidados da psicóloga do Vasco, Maria Helena, e os conselhos de seu mentor Ricardo Gomes, as seguidas notícias de sua iminente saída do clube têm mexido com sua cabeça. Pessoas próximas ao zagueiro garantem que ele tem se mostrado chateado, abatimento que teria mudado até a rotina no clube. Para piorar, o jogador ainda precisa lidar com um problema na região do abdômen para não deixar de atuar pelo clube e nem de prestar serviço à seleção brasileira.
Convencido pelos empresários de que deixar o Vasco o quanto antes é o melhor para a carreira, Dedé, que, ao lado de Fellipe Bastos, sempre foi um dos atletas mais descontraídos do grupo, há algumas semanas adotou uma postura mais séria e tem ficado calado na maior parte do tempo que está em campo. Embora não participe diretamente das negociações, ele, que tem dado menos entrevistas em 2013 para se preservar, já está ciente de que o Corinthians provavelmente será seu destino e que a transferência pode ocorrer antes de julho - data prevista em contrato.
No grupo do Vasco, ninguém quer se meter no assunto.
“Isso é entre ele e a diretoria do Vasco”, disse Dakson, escorregando em seguida: “Ele está concentrado no trabalho e não fala disso com a gente. Dedé é um dos nossos líderes e vai fazer, quer dizer, faz a diferença em qualquer equipe”, disse o atleta, quase afirmando que o zagueiro fará falta em São Januário.
Poupado do treino desta quarta-feira, Dedé foi submetido à última bateria de exames (cintilografia renal) para diagnosticar o motivo do incômodo no abdômen, que o persegue há três semanas. O resultado sairá sexta-feira, mas, de acordo com o departamento médico do Vasco, ele não deve ser submetido a uma cirurgia. A tendência é a de que o problema seja monitorado pelos médicos do clube.
“A chance de cirurgia praticamente não existe mais. Esse problema não vai tirá-lo dos jogos. Ele já mostrou isso tanto no Vasco quanto na Seleção”, afirmou o médico Fernando Mattar.