O prejuízo esportivo da eliminação do Vasco na Taça Rio - e a consolidação de um jejum estadual de uma década - só não é maior que o déficit financeiro do clube em ficar fora das finais do segundo turno. Foi justamente nas duas partidas finais da Taça Guanabara que o time de São Januário não teve prejuízo quando entrou em campo no Carioca - a outra exceção foi o clássico entre Vasco e Flamengo, no primeiro turno - hoje a dupla já está eliminada com três rodadas de antecedência. No total, foram 15 jogos até a partida desse último domingo contra o Friburguense e saldo de R$ 254.223,55.
Se os pouco mais de R$ 250 mil não servem para pagar muitas contas no clube - como efeito de comparação, apenas o salário do zagueiro Dedé já cobre todo o valor da receita com bilheteria na competição -, o montante também é inferior ao arrecadado no Estadual de 2012, quando o Vasco disputou as duas finais de turno e lucrou R$ 402.656,69. No orçamento de 2013, aprovado em dezembro do ano passado pelo Conselho Deliberativo, as estimativas eram de que o Vasco recebesse de bilheteria em janeiro, fevereiro e março R$ 885 mil.
De volta ao futebol brasileiro após quatro anos, o técnico Paulo Autuori lamenta os baixos públicos e as pequenas rendas de jogos do Estadual. Ele cita campeonatos regionais como uma solução mais viável aos grandes clubes brasileiros.
- Acabei de vir do Catar, de um futebol que praticamente não tem público. Mas nessas condições que o Vasco está hoje, já eliminado, é normal. A torcida vem quando a equipe corresponde e há resultados. Para trazê-los de volta, é jogar futebol e trazer resultados. Mas, mais que isso, deve-se repensar estaduais, a média de publico tem sido um fracasso. E quando olhamos para a Copa do Nordeste, a média era melhor. Voltando mais no passado, no Rio São Paulo, Sul-Minas também - disse o treinador do Vasco.
Na decisão da Taça Guanabara, entre Vasco e Botafogo, que teve a maior renda do campeonato (R$ 1.617.180,00), o clube lucrou R$ 462.213,73. Dos cinco clássicos disputados pelo Vasco, os únicos deficitários foram contra o Fluminense no primeiro turno - com saldo negativo de R$ 10 mil - e na derrota para o Botafogo por 3 a 0, com prejuízo de pouco menos de R$ 1 mil.
A campanha de “público zero” levou menos de duas mil pessoas em São Januário. Mas foram apenas 546 pagantes, o que gerou uma renda de R$ 10.300. Somente para alugar grades para organizar filas fora do estádio - o que praticamente não foi necessário nesta partida - o clube pagou R$ 6 mil. Praticamente o mesmo valor do que arrecadou com a venda de 311 ingressos inteiros para a arquibancada.
Para o jogo deste sábado, antepenúltima rodada, contra o Quissamã, o clube vai tomar algumas medidas para evitar um prejuízo ainda maior. Na partida contra o Friburguense, o saldo negativo foi maior do que R$ 45 mil.
- A média de despesas que nós temos por jogo em São Januário é de R$ 20 mil. Mas para esse jogo vamos tentar diminuir ao máximo. A ideia é pelo menos baixar para R$ 13 mil. Vamos diminuir o número de grades, de portões funcionandos e de funcionários. Infelizmente, a renda não vem dando nem para pagar as despesas - lamenta o vice-presidente de Patrimônio do clube, Manoel Barbosa.
Fonte: GloboEsporte.com