Sem chances de classificação para a fase final da Taça Rio, o Vasco entrou em cena para defender os meias Carlos Alberto e Wendel no TJD/RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro). Julgados na noite desta segunda-feira, dia 8 de abril, por infrações cometidas ainda na Taça Guanabara, Carlos Alberto foi suspenso por uma partida e Wendel foi absolvido por maioria dos votos dos auditores da Quinta Comissão Disciplinar.
Carlos Alberto e Wendel seriam julgados no dia 11 de março, e corriam risco de desfalcar o time de São Januário nas primeiras partidas da Taça Rio, mas, por problemas de saúde da advogada Luciana Lopes, o jurídico cruzmaltino solicitou o adiamento do caso.
Os problemas que geraram a denúncia de ambos os atletas ocorreram na vitória por 2 a 1 sobre o Duque de Caxias, pela última partida da fase de grupos da Taça Guanabara. Apesar de não terem sido expulsos, Carlos Alberto e Wendel foram denunciados após a procuradoria do TJD/RJ ter acesso às imagens da partida.
Presente no julgamento, o árbitro André Rodrigo Rocha afirmou que não conseguiu visualizar o lance de Carlos Alberto. Já com relação ao meia Wendel, o árbitro destacou: “A falta foi a favor do Duque de Caxias e eu avisei ao Wendel: “Levanta que não pegou”. Em seguida ele me disse: “Tu tá cego”, aí sim adverti com o cartão amarelo”, disse André Rocha em depoimento.
Logo após, a advogada Luciana Lopes apresentou defesa em relação aos atletas do Vasco: “O árbitro que estava presente veio aqui e afirmou que não houve nada e nenhum tipo de simulação do atleta Wendel. Já com relação ao Carlos Alberto, me chamou a atenção ao que foi relatado na denúncia. Não entendi e até chamei meu filho, pois nunca ouvi falar e nem sei o que seria um carrinho voador. Por destacar a presença e nada declarado pelo árbitro com relação a infrações dos jogadores denunciados, peço absolvição”, disse Luciana.
Em seguida, os auditores levantaram discussão e, por maioria dos votos, suspenderam Carlos Alberto por uma partida pelo carrinho e absolveram pela acusação de cotovelada. Já o meia Wendel foi absolvido. Com a decisão, Carlos Alberto não poderá ser relacionado para a partida do Vasco contra o Quissamã, dia 13 de abril.
Entenda o caso:
No início do segundo tempo, Carlos Alberto deu uma cotovelada em Antônio Carlos, do Duque de Caxias. Apesar do árbitro não marcar nada, a Procuradoria entendeu que o vascaíno cometeu "jogada violenta" e "agressão física" e o denunciou com base nos artigos 254, § 1º, inciso II, e 254-A, § 1º, inciso I, ambos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O primeiro artigo prevê até seis jogos de suspensão, enquanto o segundo pode chegar até 12.
Wendel também foi parar no banco dos réus devido prova de vídeo. Aos sete minutos da etapa final, o meia se jogou no chão. Por entender que Wendel simulou uma falta, o atleta cruzmaltino foi denunciado por "assumir conduta contrária à ética desportiva", conforme o artigo 258 do CBJD, por ter faltado o "espírito desportivo (fair play)", descrito no artigo 2º, inciso XVIII. A infração pode render até seis jogos de gancho.
Árbitro da partida é absolvido
Por deixar de punir e relatar na súmula as ações de Carlos Alberto e Wendel, a procuradoria também denunciou o árbitro André Rodrigo Rocha. O árbitro respondeu a dois artigos do CBJD. Por "deixar de observar as regras da modalidade" (artigo 259), com risco de suspensão entre 15 e 120 dias, além de ser multa em até R$ 1 mil, e por "omitir-se no dever de prevenir ou de coibir violência entre os atletas" (artigo 260), André podia pegar entre 30 e 180 dias de suspensão, além de multa de até R$ 1 mil. Apesar das acusações, os auditores entenderam que o árbitro não agiu de má fé e o absolveram das acusações, por maioria dos votos.
Fonte: Site Justiça Desportiva