Filho, sobre Alcir Portella: 'A vida dele era Vasco da Gama e ele me ensinou isso'

Conhecido como "Gentelman" dentro e fora de campo, Alcir Portela marcou época dentro do Club de Regatas Vasco da Gama como jogador, técnico, auxiliar-técnico e supervisor. É o quarto jogador que mais vestiu a camisa do Gigante da Colina ao longo de toda a história. Como atleta, participou da até então inédita conquista do Campeonato Brasileiro de 1974, tendo inclusive a honra de levantar o troféu da primeira conquista nacional do cruzmaltino.

Alcir não esqueceu o Vasco mesmo após ter parado de jogar e seguiu dedicando sua vida ao clube nas funções citadas acima. Permaneceu em São Januário até 2006, ano no qual precisou se afastar para tratar de uma grave doença, que provocaria seu falecimento dois anos depois.

O triste acontecimento não encerrou o ciclo da família Portela no clube de São Januário. Isso porque o atual preparador físico do juniores, André Portela, é filho de um dos grandes nomes da história vascaína. O profissional, que vem fazendo um bom trabalho dentro da base cruzmaltina, concedeu recentemente uma entrevista para o programa Só dá Base (relembre) para falar um pouco sobre sua trajetória. Na oportunidade, o preparador físico discorreu também sobre a relação do pai com o Vasco:

- Falar desse assunto não me deixa nenhum pouco constrangido. Eu tenho fazer 10% do que meu pai fazia pelo Vasco. Meu pai respirava Vasco da Gama, a vida dele era Vasco da Gama e ele me ensinou isso. Como eu acompanhei meu pai no futebol desde 87 quando ele foi para a Arábia Saudita, fiquei com ele lá durante seis meses, eu aprendi muito a ser homem com ele. Meu pai era separado da minha mãe e eu ainda era criança quando isso aconteceu. Meu pai conheceu um mulher extraordinária depois da minha mãe, que é a esposa que foi viúva dele, a Margarete. Meu pai foi quem me ensinou tudo nessa vida. Tive ao lado dele uma vida muito boa dentro do Vasco. Quando meu pai saiu do Vasco em 2004, ele saiu e depois retornou em 2006, eu já estava no Vasco. Quando ele voltou em 2006 foi a melhor coisa que ele fez na vida, pois ele respirava o Vasco. Aprendi o que sou hoje muito com o que eu vi no meu pai. Com a hombridade que ele tinha e com o que as pessoas na rua falavam dele. Muita gente dizia que não lembrava dele como jogador, mas que lembrava dele pelo que o pessoal falava. Isso me orgulha muito e eu tento seguir isso. Já tenho onze anos como funcionário e tenho certeza que até o final da minha trajetória no Vasco eu vou tentar preservar essa história que o meu pai teve até 2006, ano que ele saiu do Vasco de novo devido a doença - disse com exclusividade.