Yotún é natural de Callao, uma cidade costeira do Peru que possui o principal porto e o aeroporto internacional do país. Desembarcou no Brasil como um desconhecido, mas com boas referências, cheio de objetivos e sempre com o patriotismo batendo forte no peito.
Titular de sua seleção nas Eliminatórias, sonha em disputar a Copa de 2014 no Brasil. Enquanto aguardava pacientemente toda a Taça Guanabara para ter a situação regularizada, aproveitou o tempo para se adaptar ao Rio e aos companheiros de Vasco.
Não demorou muito. Com seu estilo extrovertido, ainda que com um portunhol muitas vezes indecifrável, ganhou a simpatia do grupo com suas brincadeiras e a salsa, ritmo latino que tem sua cidade como referência.
Entre um aprendizado e outro com Carlos Alberto no futevôlei, vai tentando fincar raízes em solo brasileiro, algo pouco comum com seus compatriotas que tentaram a sorte por aqui.
Elogios já ganhou do novo comandante cruz-maltino Paulo Autuori, que aprovou sua “personalidade e seu estilo ousado”.
Bradando, sempre que pode, a “grandeza do Vasco da Gama”, espera alcançar um pouco do sucesso que outro peruano, em um caso atípico, alcançou por aqui:
– O Guerrero (atacante do Corinthians) abriu portas para os peruanos aqui no Brasil.
Em entrevista ao LANCE!, mostrou um pouco de quem é o novo lateral-esquerdo do Vasco, que será titular amanhã e que não tem medo de clássicos:
– No Peru há uma tradição que diz o seguinte: “Clássico não se joga, clássico se ganha”.
Como está a adaptação ao Rio de Janeiro?
Já superei esta parte da adaptação. O Vasco é um clube muito grande e meus companheiros me receberam muito bem. Tem o Tenório que fala espanhol e o Sandro Silva também fala um pouco. O português eu entendo quando falam devagar. A cidade é fácil de se adaptar porque se parece com a minha, pelo clima de verão, praia... Estou com minha namorada aqui no Rio de Janeiro.
Por conta da burocracia, você, nas últimas semanas, praticamente só treinou e jogou por sua seleção. Teme sentir falta de ritmo nesta quarta contra o Botafogo?
Não vai ser problema. Em uma semana joguei duas partidas (pela seleção do Peru) e agora creio que estou em um bom momento.
Paulo Autuori o elogiou dizendo que gostou de sua personalidade e ousadia...
Fico contente pelas palavras do professor. Já o conhecia do futebol peruano, é um nome muito respeitado por lá. Trabalhou na seleção, no Sporting Cristal e no Alianza.
O Peru está fora da zona de classificação para a Copa mas ainda tem chances. Como está vivendo esse sonho de jogar a competição aqui no Brasil?
Nos últimos jogos atuamos muito bem e vencemos (um pela Eliminatória e outro em amistoso). Estamos disputando. Jogar por seu país é muito lindo e estamos a um passo de nos classificarmos depois de muitos anos (última Copa disputada foi em 82. Peru está a quatro pontos do quinto colocado).
Como vê o sucesso que Guerreiro tem feito no Corinthians?
O Guerreiro abriu as portas para os peruanos aqui no Brasil. Trata-se de um grande jogador que merece esse sucesso.
Quem são suas referências no Peru e no Brasil?
No Peru o Pizarro é uma referência. Tem também o Farfán. Aqui no Brasil gosto de um jogador que não está mais atuando, o Roberto Carlos, por sua potência nos chutes, a força física e os cruzamentos precisos.
Você apareceu como protagonista do vídeo ‘Harlem Shake’ de sua seleção. Teremos a versão vascaína?
O pessoal está falando em fazer por aqui. Vamos ver...(risos).
O que esperar do clássico com o Botafogo?
É uma partida muito importante. No Peru há uma tradição que diz: “Clássico não se joga, clássico se ganha”. Temos de entrar com essa mentalidade.
Fonte: Lancenet