Aos poucos, o Vasco supera os inúmeros problemas ocorridos com as categorias de base no ano passado e tenta colocar o futebol amador em situação confortável. Após o desafio de adequar alojamentos, transporte e alimentação, a meta da vez é lutar contra os empresários descontentes com Sorato, técnico dos juniores. Os dirigentes dizem acreditar em uma campanha interna pela demissão do treinador, que possui respaldo do diretor executivo de futebol René Simões e do coordenador das categorias de base Mauro Galvão.
Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, representantes e pais de atletas não aproveitados nos juniores são contrários aos métodos de trabalho do técnico Sorato. O fato de o time não ter alcançado às semifinais da Taça Guanabara na categoria foi um combustível para os comentários nos bastidores. A situação é reprovada pela diretoria em um momento no qual o Cruzmaltino traça uma evolução com dificuldade no departamento amador.
“Isso tudo é muito estranho. Essas coisas acontecem mais no profissional. O trabalho na base tem um prazo maior para os resultados. Tem muita gente ajudando e atrapalhando ao mesmo tempo. Será que não estão achando bom? Nem quero cogitar isso. O clube melhorou bastante a estrutura. Temos alimentação, transporte e não podemos parar por aqui. Nunca teremos a tranquilidade absoluta em um projeto para resgatar a credibilidade. Vamos seguir independente de quem não esteja gostando. As pessoas fazem campanha e não nos atingem”, afirmou Mauro Galvão.
O técnico Sorato, ex-jogador do clube, se mostrou chateado e fez questão de deixar claro o objetivo da base contra a justificativa dos descontentes em torno dos recentes resultados adversos.
“Não recebi qualquer comunicado sobre possibilidade de demissão. Isso não existe e tenho o respaldo da diretoria. Sabemos das cobranças. Considero o trabalho no caminho certo e entramos com a proposta de qualificar o grupo. Sabemos que isso não é do dia para noite. A estrutura deixou de ser problema e o resultado vai chegar. Mas não adianta ganhar título e não revelar jogador”, explicou.
Em São Januário, a safra dos juniores é considerada aquém de acordo com as tradições do clube. Por isso, houve a necessidade de subir recentemente três atletas do juvenil. A iniciativa foi apoiada, mas criticada pelos responsáveis dos que seguem sem oportunidades na categoria superior. Com a chegada do técnico Paulo Autuori entre os profissionais e a distribuição de olheiros pelo país, o Vasco vive a expectativa de solucionar os problemas em um prazo máximo de dois anos.
“Temos três jogadores do juvenil e chegamos a contar com quatro deles nos juniores. São atletas que possuem condições. Os meias Matheus Índio e Danilo são exemplos. O lateral Richard já tem idade da categoria. Percebemos condições para as coisas darem certo, mas é preciso tempo. Não quero falar sobre campanha contra, nada disso, acho que o importante é seguir trabalhando para o bem do Vasco. Sei que essas coisas acontecem no futebol”, encerrou Sorato.