Logo que chegou o técnico Paulo Autuori anunciou que não queria ser chamado de professor e não gostaria de ouvir o linguajar típico de jogadores de futebol quando o assunto é fechar a defesa e se trancar para garantir o resultado. O treinador considera que essa forma de tratar o jogo - excessivamente defensivo - é responsável um pouco pela decadência do futebol no Brasil.
No Vasco, os jogadores vez ou outra brincam com o treinador e o chamam de "professor", só para provocá-lo. Paulo não quer nem mesmo ser chamado pelo sobrenome famoso - Autuori. Mas vez ou outra os seus conceitos - aliás, uma das palavras preferidas de Paulo - ficam confusos na cabeça do time. O goleiro Alessandro, por exemplo, que conhece o técnico da última passagem pelo Brasil, no Grêmio em 2009, disse as palavrinhas que tanto o treinador tenta tirar do vocabulário do futebol: fechar a casinha (o gol).
- O Paulo pediu primeiro para não tomarmos gol. Então estamos fechando a casinha para deixá-la bem trancada. Se a equipe não levar gol, um ponto é garantido. Mas temos que fazer gol. E estamos numa fase muito, muito, muito, muito ruim, em que nada dá certo - disse o goleiro, que sofreu 14 gols em 18 jogos.
A meta de Alessandro só ficou intacta em três partidas. A constante mudança de dupla de zagueiros - jogaram os quatro defensores: Dedé, Renato Silva, André Ribeiro e Luan - e até de laterais - o time começou com Abuda, depois Nei assumiu a posição na direita e na esquerda jogaram Dieyson, Thiago Feltri, Wendel e Yotún - contribuem para um sistema defensivo irregular. Mas nem por isso o goleiro vê as chances como mínimas.
- Temos de pensar jogo a jogo. Sem essa de que está difícil. Não podemos deixar a peteca cair. Ainda há chance matemática. E temos que acertar o time. Já houve grande melhora, com empenho e dedicação. Uma mudança visível. Agora vamos ter bastante tempo para melhorar e tentar ganhar o clássico contra o Botafogo e animar todo mundo - disse o goleiro.
Fonte: GloboEsporte.com