A reunião realizada na última quarta-feira na Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) abalou a boa relação entre Botafogo e Vasco. Após a interdição do Engenhão, o Cruzmaltino propôs jogar o clássico de domingo entre as equipes em São Januário. O time de General Severiano vetou a ideia, gerou um atrito entre as diretorias e a partida acabou adiada para o dia 3. Porém, os presidentes dos clubes já agendaram uma reunião na próxima semana para selar a paz.
O Vasco não reagiu bem ao veto e decidiu fechar as portas de São Januário para o Botafogo, que mandaria um jogo nesta quinta no estádio, contra o Friburguense. Nos bastidores, os dirigentes de General Severiano afirmam que a atitude do rival é uma retaliação à negativa de fazer o clássico na casa rival e reprovam a medida. Sem o aval do Cruzmaltino, o Alvinegro teve a partida desta quinta transferida para o dia 10, em Moça Bonita. Já o clássico entre as equipes será no dia 3 no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
O Botafogo até aceitaria disputar o clássico em São Januário, mas desde que sua torcida tivesse direito à 50% da carga dos ingressos, o que não foi liberado pela Polícia Militar. O Vasco bateu o pé e propôs o jogo no estádio com os visitantes tendo direito a apenas 10% das entradas, o que foi imediatamente descartado pelo time de General Severiano.
“Essa questão é simples para o Botafogo, que sempre disse que não se oporia em jogar em São Januário, mas desde que o público fosse 50% para cada, como sempre foi feito. A polícia não autoriza que São Januário receba público acima de 10% para os visitantes e isso inviabiliza essa partida. No Brasileiro é outra historia. O jogo em Volta Redonda me parece justo, razoável e coerente, pois não achamos adequado privar nossa torcida do clássico”, disse o gerente executivo do Alvinegro, Aníbal Rouxinol Segundo.
O presidente Roberto Dinamite, por outro lado, afirmou que o Vasco foi grande ao oferecer São Januário para os jogos de meio de semana e que esperava um retorno do coirmão. A negativa do Botafogo fez com que a diretoria cruzmaltina vetasse o confronto do time de General Severiano nesta quinta, embora o dirigente negue que tenha sido em um ato de retaliação.
“Vasco foi solicitado para ceder e cedeu. Num segundo momento, o Vasco pediu a boa vontade, e não recebeu do Botafogo. Não digo que seja retaliação. Se o Botafogo não aceita o clássico em São Januário, acho que também não cabe eles atuarem no nosso campo”, afirmou Dinamite.
“Retaliação parece que o Vasco fez algo errado. Tiramos pois não foi algo bonito do Botafogo, mas não foi uma retaliação. O futebol carioca vive uma emergência. É algo triste e delicado. Queríamos passar algo bonito, de cooperação. O Vasco pleiteia jogar clássicos em casa e não consegue. Não é culpa do Botafogo, mas poderiam aceitar esse acordo e agradecer ao Vasco, jogando da forma como queríamos”, completou o diretor executivo de futebol René Simões.
Apesar do atrito, as diretorias de Vasco e Botafogo já buscam retomar a boa relação. Os presidentes Roberto Dinamite e Maurício Assumpção agendaram uma reunião para depois da Páscoa com o objetivo de resolver as rusgas e selar a paz entre os clubes.
Fonte: UOL