O engenheiro Antônio Eulálio, integrante do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro, apontou possíveis erros no projeto e execução da obra do Engenhão. O estádio foi interditado na última terça-feira pelo prefeito Eduardo Paes, após uma empresa alemã apontar o risco de desabamento da cobertura.
Segundo Eulálio, o primeiro indício de descuido na obra foi a presença de ferrugem em pontos da estrutura que cobre as arquibancada. Para o engenheiro, poderia ter sido utilizado um aço de melhor qualidade.
- É prematuro dizer que a causa é o material, apesar da oxidação. Agora, deveria ter sido usado um aço resistente à corrosão. O aço que foi usado no viaduto da Perimetral (concluído no início dos anos 70), por exemplo, que nunca sofreu uma manutenção, tem uma resistência 50% maior e um custo de apenas 10% a mais - disse.
Eulálio também apontou a provável inexistência de um certificado de obra. Um laudo confirmando a qualidade do estádio, inaugurado em 2007, poderia ter evitado a interdição, segundo o engenheiro.
- Outro problema é que não foi certificado. Uma obra com estrutura especial, de grande porte, com um grande vão, deveria ter sido certificada por uma empresa ceritificadora e, então, segurada. Arrisco dizer que não foi certificado.
O especialista disse, no entanto, que será preciso esperar o laudo final sobre as condições da cobertura para determinar qualquer intervenção.
- Vai depender do local e das peças, que poderão ser reforçadas ou substituídas. Isso ainda não foi informado.
O Engenhão, cujo nome oficial é Estádio Olímpico João Havelange, foi construído entre 2003 e 2007 para servir aos Jogos Pan Americanos do Rio, no ano de 2007. A empresa que deu início à obra chegou a desistir do empreendimento e foi substituída por outra ao longo da construção. O local abrigará as competições de atletismo das Olimpíadas do Rio 2016.
Fonte: GloboEsporte.com