A cobertura do Engenhão corre riscos de desabamento desde 2007. Esta foi a conclusão apresentada pelo engenheiro do Consórcio Engenhão - formado pelas construtoras OAS e Odebrecht -, Marcos Vidigal, e pelo presidente da RioUrbe, Armando Queiroga, durante coletiva na manhã desta quarta-feira, na sede administrativa da Prefeitura do Rio.
Apesar do risco na cobertura existir desde a inauguração, Queiroga deixou claro que somente nesta terça a prefeitura tomou ciência do perigo. Relatório anterior feito em 2010 apontava restrição de uso em dias com vento acima de 115 km/h. Um estudo mais apurado feito pela empresa alemã SBP, em 2012, concluiu que a cobertura tem risco de desabar caso o vento seja de 63 km/h, incidência mais comum na cidade do Rio de Janeiro.
- O risco que falamos é da ocorrência de um vento de 63 km/h e que poderia levar à ruína da cobertura - disse o engenheiro Marcos Vidigal.
O relatório da SBP, porém, não indica uma solução imediata para o problema e novos estudos técnicos terão que ser feitos para chegar a uma solução. Por isso, não há prazo definido para reabrir o estádio.
- Estamos aqui falando de segurança. Ficamos sabendo deste risco e o prefeito avaliou pela interdição imediata. O próximo passo será chegarmos a uma solução para o problema dentro do menor prazo possível. Entendemos que a cidade precisa de um estádio aberto, mas o momento é de pensarmos na segurança - disse Armando Queiroga.
A causa do problema e a responsabilidade por ele não foram ainda apuradas. Mas já se sabe que houve um erro na retirada das escoras da viga da cobertura, ainda na sua montagem. Este deslocamento alterou os cálculos iniciais da estrutura. Mesmo com o risco de desabamento desde 2007, a estrutura não se moveu de lá para cá, de acordo com o engenheiro do consórcio.
Ainda que preliminarmente, os técnicos não creem em um diagnóstico em prazo inferior a 60 dias. Por e-mail, César Maia, prefeito do Rio à época da construção do Engenhão, disse que a questão envolvendo o teto do Engenhão é uma 'bobagem'.
O estádio, construído para ser a sede do atletismo dos Jogos Pan-Americanos de 2007, custou R$ 380 milhões. A previsão inicial é que a obra consumisse R$ 60 milhões.
Fonte: Lancenet