A chegada de Paulo Autuori ao Vasco mobilizou dirigentes, jogadores e torcedores. A contratação foi considerada internamente uma das principais vitórias da administração Roberto Dinamite. No último sábado, o sorriso dos cartolas era indisfarçável durante a apresentação oficial. O primeiro dia de trabalho do técnico também foi marcado por curiosidades. Ele listou algumas exigências ao elenco e o diretor executivo de futebol René Simões aproveitou o momento para fazer um apelo a possíveis patrocinadores.
Torcedor do clube, o treinador foi acompanhado da filha Camila ao estádio de São Januário. Vascaína, tratou-se de peça importante na negociação pela avaliação da diretoria. Era um pedido constante da família que Autuori voltasse a trabalhar no Rio de Janeiro. A missão teve sucesso e o primeiro contato com os jogadores foi o melhor possível.
Paulo Autuori conversou com todos e fez algumas exigências. Na entrevista, o profissional não se importou em revelá-las. “Pedi aos jogadores: não me chamem de professor. O meu nome é Paulo. Acabaram também esses termos de encaixar a marcação e proteger a casinha. Isso é a minha responsabilidade. Essas coisas têm grande culpa na mediocridade atual do futebol brasileiro”, afirmou.
A linha adotada por Autuori envolve uma série de conceitos acumulados nos anos de experiência. Quando perguntado se o Vasco precisa vencer de qualquer maneira o Olaria, quarta-feira, pela 3ª rodada da Taça Rio, o comandante respondeu. “Não acredito em ganhar de qualquer maneira. Um pintor pode pintar de qualquer maneira. Isso é o princípio da derrota. Precisamos ganhar com qualidade”, comentou.
O técnico também descartou a utilização do esquema 3-5-2 e mostrou a satisfação em colaborar com as categorias de base. “Acho que o 3-5-2 é um dos grandes vilões do futebol. O meia precisa chegar. É uma carência geral. Não se forma jogador com o 3-5-2. O 4-4-2 e o 4-3-3 são as melhores formas de trabalhar na formação. Atualmente, não atacam e nem defendem. Definimos as coisas e precisamos formar treinadores na base também. Tudo isso deve ser feito”, explicou.
Mesmo em crise financeira, o Vasco montou uma equipe de reconhecido gabarito para gerenciar o clube. Além de Paulo Autuori, o clube conta com o diretor geral Cristiano Koehler, o diretor técnico Ricardo Gomes e o diretor executivo de futebol René Simões. O último não deixou barato e aproveitou a “onda de mudança” cruzmaltina para fazer um apelo a possíveis patrocinadores. Com o time formado e a credibilidade dos profissionais, chegou a hora de colocar dinheiro em caixa.
“Vou deixar a mensagem para os patrocinadores. Aproveitem agora. Mais tarde será difícil entrar no clube. O Vasco não é um time de segunda linha. Quero que isso chegue aos torcedores. Espero que o Paulo contagie todos. Que ele seja um vírus e o Gigante da Colina desperte de uma vez”, encerrou.
Fonte: UOL