O Vasco da Gama implantou desde o início do ano o rodízio de atletas de suas categorias de base na equipe profissional. Recentemente, os atacantes Yago e Marquinhos, da geração 94, passaram por um período de treinamentos com o time profissional e após o término dele retornaram para o juniores com mais experiência e uma nova mentalidade.
René Simões, diretor-executivo do cruzmaltino, é um dos que mais tem apoiado essa filosofia, que ganhou força após as mudanças ocorridas na base no final do ano passado. Para ele, é importante que os garotos sintam o gostinho de treinar com o elenco principal e retornem para sua categoria cientes de que ainda precisam evoluir muito:
- Essa troca de experiência é importante. O jogador que um dia está no júnior, que está muito bem, ele fica um pouco empolgado. Daí você coloca ele para treinar no time de cima e ele vê que ainda não é tudo aquilo que ele pensa que é. Ele volta com mais humildade. O importante é o Vasco valorizar seus jogadores - afirmou o dirigente com exclusividade ao Só dá Vasco.
O rodízio não está acontecendo apenas entre o time júnior e o profissional. É possível observar durante os treinamentos realizados no Centro de Treinamento de Itaguaí garotos fazendo atividades numa categoria. É do juvenil, que cedeu no final do ano passado Matheus Índio e Danilo para o juniores, que vem elogios para essa metodologia de trabalho. Segundo Antônio Teixeira, coordenador do sub-17, a integração é importante para ambientar o atleta e deixá-lo mais preparado para sua futura categoria:
- Essa integração a gente tem que fazer. Vamos pontuar alguns atletas que a gente acha que precisa dar uma acelerada no processo de desenvolvimento. É melhor você acelerar o processo de desenvolvimento dele do que você colocar esse cara para jogar numa categoria acima. Aconteceu um caso recentemente com o Juninho, goleiro do juvenil, em que muita gente disse que ele havia sido promovido para o time de juniores, mas ele não foi promovido. Ele está indo no juniores para treinar, para se ambientar e conhecer o preparador de goleiros. Se precisar jogar no juniores, ele vai para jogar, mas ele é da categoria juvenil. Ele vai lá, treina, mas volta. Essa ida e volta é importante também para o jogador querer voltar, para ele não dizer que não vai descer porque está numa categoria acima. Isso já aconteceu no Vasco recentemente com alguns atletas que foram promovidos para o time profissional. Eles por estarem lá não queria descer para jogar pelo juniores - afirmou Teixeira ao Só dá Base com exclusividade.
Quem também comentou sobre o assunto foi Mauro Galvão, coordenador das categorias de base. Além de frisar a importância do procedimento, o ex-zagueiro analisou a possibilidade dos meias Matheus Índio e Danilo receberem uma oportunidade no time profissional num futuro próximo:
- É claro que é bom passar pelo juniores para ele já sentir como funcionam as coisas na categoria mais próxima do profissional, mas existem jogadores que conseguem dar esse salto. São jogadores diferenciados. A gente tem procurando fazer esse trabalho, inclusive fizemos isso com o Matheus Índio e o Danilo. Fazemos isso para eles sentirem a diferença. Esse ano eles já jogaram pelo juniores e já possuem a noção de como funcionam as coisas lá. Vai depender deles mesmos. Se eles não sentirem, como não vem sentindo, acho que em breve eles já podem estar contribuindo no time profissional. Quando o profissional precisar, eles podem ficar à disposição. Mas acho que cada coisa tem seu tempo. São jogadores que tem que tirar proveito de tudo isso que estão vivendo, da Seleção e de estar jogando numa categoria acima. Tudo isso faz parte de um processo de amadurecimento do atleta - disse o homem-forte da base cruzmaltina.
Vale lembrar, por fim, que o Vasco da Gama já realizou esse trabalho de integração em outras épocas. Os exemplos de Alex Teixeira (subiu do juvenil para o profissional), Phillippe Coutinho (idem) e Guilherme Costa (treinou com o time de profissionais em 2011 quando ainda estava na categoria juvenil) são os mais recentes.
Com informações do Programa "Só dá Base/Só Dá Vasco".
Fonte: Blog do Carlos Gregório Jr - Supervasco