Proibidos de vender cerveja desde 2007, os bares de São Januário já tinham tudo pronto para saciar a "sede" no jogo deste domingo, entre Vasco e Volta Redonda, às 16h. No início da semana, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro havia liberado a venda desta bebida nos estádios do Estado, mas acabou tendo de voltar atrás por conta de uma recomendação do Ministério Público. Cinco mil latinhas de cerveja já estavam encomendadas para serem vendidas em São Januário. Porém, as bebidas terão que ficar armazenadas. Pelo menos por enquanto.
- Fazer o que, né? Fica para a próxima oportunidade - lamentou Artur Brandão, concessionário dos cinco bares e do restaurante do Almirante no estádio do Vasco.
Até a proibição, em dias de estádio cheio, as vendas chegavam a mais de 15 mil latinhas nos bares e no restaurante do estádio. Hoje, as vendas de cervejas sem álcool não passam de 400 latinhas. Curiosamente, um dos ilustres e raros consumidores da bebida sem álcool é o presidente Roberto Dinamite. A arrecadação do comerciante caiu 50% nos dias de jogos. Numa partida sem grande importância, como a deste domingo, a venda de cerveja animava o concessionário dos bares da Colina.
- Acho que ia vender de três a quatro mil cervejas, porque o público vai ser pequeno. Pena que o vascaíno está desanimado depois do último jogo. Talvez com cerveja se animasse mais - brincou Arturzão, como é conhecido o homem que é concessionário há 12 anos do clube do qual é sócio desde 1968.
O comerciante conta que, desde a proibição, seu negócio foi prejudicado em diversos aspectos.
- Horas antes do jogo já é proibido de vender cerveja. Quem é que vai comer no restaurante sem tomar uma cerveja? O cara vai comer um bacalhau e não pode tomar um vinho? Por isso que entra todo mundo minutos antes ou mesmo quando o jogo já começou. Fica aquela confusão - critica Arturzão.
Detido
Pouco depois da proibição de venda de bebidas no Rio de Janeiro, em lei estadual de 2007, Arturzão passou por situação incômoda. Quando vendia cerveja horas de um jogo às 22h, ele foi detido por um policial e encaminhado ao Jecrim.
- Eram 19h25m, achava que apenas duas horas antes não podia vender. Depois me informei melhor e parei (de vender). Mas fui no juiz, fiz acordo e paguei quase R$ 2 mil em cesta básica - conta o comerciante.