Dedé é hoje a principal figura do vasco, alvo constante de clubes brasileiros e europeus e já vestiu a camisa da Seleção Brasileira. Jefferson já é um dos principais ídolos do Botafogo, reconhecido nacionalmente e também com convocações para a Amarelinha. Mas, nesta final de Taça Guanabara, no Engenhão, buscam algo que ainda não conquistaram na carreira: erguer um troféu de campeão.
Dedé ganhou a braçadeira neste ano, apesar de ele mesmo achar que não tinha características para isso. Aceitou o posto após os principais postulantes (Juninho, Felipe e Fernando Prass) deixarem o clube.
Ao buscar na memória, o próprio zagueiro não consegue lembrar da última vez que foi capitão. Mas acredita ter sido ainda na base do Volta Redonda, onde começou.
- É uma responsabilidade muito grande. Não só para mim, capitão. Temos vários capitães aqui, Carlos Alberto, Wendel... Participo do Carioca desde o Volta Redonda até o Vasco e nunca conquistei. Espero que consiga agora - disse Dedé.
Jefferson vive situação idêntica. Foi capitão na base do Cruzeiro e levantou taças. Mas, profissionalmente, pode ser a primeira vez. E ganhou a braçadeira mesmo com o holandês Seedorf no grupo alvinegro.
O camisa 10 até foi capitão no ano passado, na ausência do goleiro, mas, ainda no Brasileirão, jogadores, diretoria e comissão técnica chegaram a um consenso de que Jefferson deveria ganhar a braçadeira.
- No profissional é a primeira vez. Estou muito feliz, na primeira competição como capitão ter a possibilidade de levantar a taça. Acho que vai ser bem legal ter isso no Botafogo - ressaltou o alvinegro ao LANCE!Net.
O curioso é que, pela Seleção Brasileira, Jefferson esteve muito próximo de levantar uma taça como capitão. No fim do ano passado, no segundo jogo do Superclássico das Américas, na Argentina, o goleiro era o capitão do Brasil. Só que o jogo foi cancelado por falta de luz no estádio.
Quando a partida, enfim, foi realizada, dois meses depois, Jefferson perdeu a vaga para Diego Cavalieri. E o zagueiro Réver foi o capitão.
- Não bateu frustração. Sempre que pude ser capitão, fiquei feliz. Agora tendo a possibilidade, vou ficar bem feliz - lembrou Jefferson.
Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece. Quem, enfim, vai debutar e erguer a primeira taça?
Mauro Galvão elogia o capitão Dedé
Um dos grandes líderes da História do Vasco, responsável por levantar taças importantes pelo clube, o ex-zagueiro Mauro Galvão dá seu aval para Dedé como capitão. Ele diz que o Mito tem exercido muito bem essa função e que merecia tal posto.
- A escolha é natural. Ele tem conseguido exercer uma liderança de capitão e está demonstrando isso. Por tudo o que fez e pelo que está jogando nesse período, ele merecia. Já faz parte do clube há mais tempo, é natural que seja escolhido. Também é uma forma de valorização, de o clube mostrar a importância dele, de que conta bastante com ele - disse Mauro Galvão.
Como capitão do Vasco, Mauro Galvão levantou, por exemplo, o troféu da única Copa Libertadores que o Vasco conquistou em sua História, no ano de 1998.
- Em palavras, não dá para explicar o sentimento de ser campeão, levantar uma taça. Isso não se fala, se sente. É o auge do futebol. Vai ser um jogo duro, pois o Botafogo também tem um time forte. O Vasco não pode errar - destacou.
Vale lembrar que Mauro Galvão também defendeu o Botafogo. Ele defendeu o Glorioso entre os anos de 1987 e 1990.
Ajudinha seria bem vinda
A hora de levantar um troféu é um dos momentos mais emocionantes do futebol. E por diversas vezes, tomados pela alegria, jogadores quebram o protocolo e não deixam o capitão ter a honra de ser o primeiro a erguer a taça.
O goleiro Jefferson não vê problemas se isso acontecer neste domingo, no Engenhão, e garantiu que vai ficar bem se na hora de levantar o primeiro troféu dele como capitão, os companheiros de elenco aparecerem para dar uma ”ajudinha”.
- Não tem problema algum. Se todo mundo quiser levantar a taça comigo, tudo bem (risos). É o objetivo de todos - disse o camisa 1.
Amadurecido aos 30 anos de idade e mais experiente do que na época de juniores, quando foi capitão nas divisões de base do Cruzeiro, Jefferson acredita que mudou seu estilo de liderança com o tempo.
- Acredito que amadureci bastante e ganhei experiência no futebol. Quando você é mais novo, acaba cobrando demais os companheiros, mas agora eu estou mais tranquilo e mais responsável - contou ele, agora conhecido pela serenidade dentro de campo.
Tranquilidade que será mantida neste domingo, mesmo que os amigos tentem ”roubar” o troféu da Taça Rio, caso conquiste, das mãos dele.
Fonte: Lancenet