Na manhã desta sábado (09/03), véspera da final da Taça Guanabara, os torcedores do Vasco estiveram no Estádio de São Januário para acompanhar o último treinamento do elenco cruzmaltino antes da decisão.
Na oportunidade, algumas pessoas vaiaram o volante Fellipe Bastos e o atacante Romário. Tal fato gerou uma revolta em todos os integrantes do plantel vascaíno, que foi para o vestiário mais cedo, antes mesmo do término do rachão.
Foi apurado pela equipe do 'Só dá Vasco' que os responsáveis pelas vaias fazem parte, são integrantes, de uma torcida organizada vascaína. Até mesmo por conta disso, procuramos Jorge Mansur, presidente da União Vascaína, e o mesmo contou o que realmente aconteceu pela manhã no Caldeirão.
Jorge pediu desculpas aos milhares de torcedores vascaínos espalhados pelo Brasil, afirmou que os integrantes da torcida que tiverram essa atitude foram punidos e revelou que já conversou com os jogadores sobre o ocorrido.
Entrevista exclusiva com Jorge Mansur, presidente da União Vascaína:
O que realmente aconteceu em São Januário na manhã deste sábado (09/03)?
"O que aconteceu foi um mal-entendido, um ato isolado com a minoria da torcida. Aproveito a oportunidade para dizer que não estava presente no momento do ocorrido, cheguei logo após, estava na rua vendo algumas coisas para a festa de amanhã na arquibancada. Me desculpo publicamente com os jogadores do Vasco, com o pessoal da diretoria e com a torcida inteira do clube. Um fato como esse não pode acontecer nem como brincandeira, que foi da forma que os integrantes colocaram. Houve uma punição para essas pessoas. Os que estavam presentes foram imediatamente afastadas da torcida por tempo indeterminado pelo fato disso ser inadmissível. Eu mesmo assim que cheguei ao clube fui até o vestiário, conversei com os jogadores e expliquei para eles que aquelas pessoas eram a minoria e que eles não respondiam pela torcida. Disse que a torcida está com os jogadores e que a torcida está com o clube. Disse também que nós sempre apoiamos nos momentos de dificuldade e que não seria agora que deixaríamos de apoiar. Avisamos que amanhã estaremos na arquibancada fazendo um bela festa com a certeza de que o Vasco irá conquistar esse título. Já conversei também com o René Simões. Ele passou ou vai passar essa mensagem para o grupo, fortalecendo e ratificando o que já havíamos conversado com eles. Os jogadores entenderam também o nosso lado, pois tem algumas coisas que fogem do nosso controle. A União Vascaína sempre foi uma torcida que esteve junto do clube e sempre se manifestou de forma pacífica no que diz respeito as críticas. Não seria agora que a gente iria fazer algo desse tipo. Ocorreu o problema, um problema isolado, e os integrantes foram punidos, afastados e não vão ao jogo amanhã conosco".
O que realmente aconteceu?
"Pelo que me passaram eles estavam fazendo uma brincadeira, só que a brincadeira partiu para um lado errado. Uma brincadeira dessa não pode acontecer. Começou quando o Fellipe Bastos errou um lance e eles vaiaram. O Fellipe Bastos não gostou, assim como o Romário. O grupo comprou o barulho e isso mostra a união do grupo, o que de certa forma é bom. Eles compraram o barulho e acabou acontecendo o que aconteceu".
Então o Dedé não foi vaiado?
"Não houve vaia para o Dedé não. Foi um tipo de brincadeira e o que aconteceu foi que o Dedé tomou as dores do grupo".
Então está tudo resolvido?
"Como disse, já conversamos com os jogadores e acredito que tudo está resolvido. A gente não aceita isso, a posição da torcida é essa. A gente está envergonhado pela atitude de alguns integrantes e até mesmo por isso veio a punição para eles. Eu estou tão revoltado quanto os torcedores do Vasco com a atitude dos integrantes. O que estava do nosso alcance fazer, nós fizemos. Pedimos desculpas aos jogadores e afastamos os integrantes envolvidos na situação".
Com quem você conversou e o que falou para eles?
"Eu conversei com o René Simões, com o Carlos Alberto, com o Eder Luis e o Fellipe Bastos. Passei para eles uma mensagem de total apoio e avisei estamos juntos nessa decisão".
Como eles reagiram?
"Eles gostaram muito da minha ida até lá para relatar esses fatos. Realmente eles ficaram chateado porque o momento do rachão é um momento de desconttração dele, um momento de relaxamento, de tirar aquele estresse da final. Não é justo a torcida chegar ali e fazer uma torcida contra, sendo brincadeira ou não. Eles gostaram muito da minha presença lá, da minha mensagem de apoio e do fato de eu ter explicado que foi uma minoria que teve aquela atitude. Falei que estamos juntos e que entendemos a atitude deles. A gente convive no dia-a-dia do clube, sabe das dificuldades do clube e sabe que muitas vezes eles jogam com salários atrasados e que muitas vezes jogam pelos torcedores, pela imagem e pelo clube. Eles gostaram sim, me agradeceram e disseram que estão confiantes. Disseram que farão de tudo para trazer esse título para a gente amanhã".
O que você falaram com os integrantes da torcida que vaiaram os jogadores nessa manhã em São Januário?
"Que a gente fica a semana inteira nessa batalha pelos jogadores. A gente fica na correria preparando uma grande festa para a torcida do Vasco repreentar bem na arquibancada e apoiar os jogadores. A gente fica fazendo isso na semana inteira, às vezes abrindo mão das nossas tarefas pessoais para realizar uma grande festa e quando chega no clube fica sabendo de um acontecimento desse. Foi isso que passamos para os integrantes".
A torcida vascaína chegou a cogitar até que fosse alguma manifestação política...
"Não tem ligação política, não teve e não existe isso dentro da União Vascaína. Nunca fizemos e não seria agora que faríamos, pois se trata de uma véspera de decisão. A gente apoia o clube acima de qualquer coisa. Temos que apoiá-lo sempre. Não temos ligação política, mas tenho que ser homem de assumir um erro de um integrante nosso. Infelizmente eu não estava no local no momento, pois estava na rua resolvendo problemas para a festa de amanhã. Tinha uma molecada aqui e acabou ocasionando isso. Já descobrimos quem foi e essas pessoas não irão ao jogo amanhã conosco. Elas estão afastadas por tempo indeterminado da torcida até que a gente ache necessária a volta deles".
O que as torcidas do Vasco estão preparando para amanhã?
"A gente pretende fazer uma festa de bandeirões. A União Vascaína estará levando bolas, algumas coisas feitas com isopor e vamos fazer algumas surpresas durante o jogo também. A gente vai subir com balões uma bandeira do Vasco. Estamos preparando uma grande festa e a gente pede o apoio de todos os vascaínos. Que os que forem incentivem o time durante os noventa minutos, pois precisamos trazer esse título para São Januário".
Gostaria de falar mais alguma coisa sobre o ocorrido?
"Sim. Gostaria de dizer que a União é uma torcida que sempre esteve junto do clube e não seria agora que jogaria contra. Venho mais uma vez pedir desculpas aos jogadores do Vasco pela o que fez uma minoria da torcida. A gente já falou pessoalmente com eles, mas aproveito a oportunidade para pedir novamente desculpas. Já falei com o René Simões também. Agora é buscar o título. Iremos apoiar o clube durante os noventa minutos".
Fonte: Só Dá Vasco/Supervasco