Seja por opção ou por necessidade, Vasco e Botafogo chegam à final da Taça Guanabara sem um atacante de área nos esquemas deles. Curiosamente, têm os ataques mais positivos do estadual com 21 e 19 gols, respectivamente – o Fluminense também tem 19. Times que já tiveram goleadores como Roberto Dinamite, Romário, Quarentinha e Túlio Maravilha, só para citar alguns, hoje brilham sem aquele autêntico camisa 9.
No Vasco, atuar sem atacante de área tem sido por necessidade. Carlos Tenório e Leonardo não conseguem ter uma boa sequência de jogos por conta de lesões. Eles, inclusive, estão vetados da final deste domingo, contra o Botafogo.
Mesmo quando Gaúcho conseguiu escalar um deles de início, o time não rendeu. Para se ter uma ideia, Tenório ainda não fez um único gol neste ano e Leonardo somente um. Foi com o trio Carlos Alberto, Bernardo e Eder Luis em campo que o Vasco encontrou um encaixe.
Necessidade de um lado, opção do outro. No Botafogo, até quem é considerado homem de área virou titular jogando pelos lados do campo. Rafael Marques diz até mesmo que rende melhor desta forma:
– Minha chegada em 2012 foi para repor uma posição carente, de centroavante. Em praticamente todos os jogos atuei assim. Já neste ano pude ficar mais à vontade, fazer jogadas, tabelas, o último passe.
O atacante virou titular nesta temporada somente nas duas últimas rodadas da Taça Guanabara. Ganhou, enfim, carinho da torcida e a vaga na equipe não por marcar gols. Continua zerado. Mas, contra o Boavista, por exemplo, participou dos dois gols do time.
‘Prefiro com a referência’
O ataque com Carlos Alberto, Bernardo e Eder Luis, sem um camisa 9, tem dado muito certo nesta temporada. Mas, embora o rendimento do Vasco com o trio seja melhor do que a formação mais convencional, o técnico Gaúcho diz que ainda prefere um esquema com um centroavante fixo na área.
– Eu gosto de um jogador de referência. Trabalhei com Fred, Jardel, Valdir... Mas a necessidade faz você criar outras coisas. O Tenório está voltando, o Leonardo parado, o time está melhor sem um camisa 9 fixo, mas eu prefiro com a referência – disse Gaúcho à ESPN Brasil.
Tenório e Leonardo devem ser liberados para a estreia na Taça Rio, dia 16. Para a final, Gaúcho poderá contar com Romário, que tem essas características. Cria da base, ele saiu do banco e marcou um decisivo gol na semifinal contra o Fluminense. No domingo, ficará de novo na reserva como opção.
Seedorf defende atacante
Durante entrevista coletiva da última quinta-feira, Seedorf saiu em defesa de Rafael Marques e do estilo de jogo alvinegro. Em total demonstração de confiança no atacante, o camisa 10 avaliou as qualidades do parceiro e fez uma forte comparação para destacar o carinho que tem por ele.
– Se o Rafa Marques está aqui hoje, é porque fez gol. Eu vi o vídeo dele e acho que é o momento de deixá-lo em paz. Não é porque você tem um filho que tem deficiência que não vai amar ele. Ele faz parte do Botafogo, ele treina sempre, se dedica muito – disse Seedorf, que também destacou a responsabilidade de todo o grupo pelos gols:
– No Real Madrid que eu joguei, o Raúl fez 20 gols, outro cara fez dez, eu fiz seis, Roberto Carlos fez seis, cada zagueiro fez cinco. Era bem dividido. O importante não é quem faz gol, mas fazer. Nós criamos chances para fazer gol. Não existe uma maneira única para ganhar.
Fonte: Lancenet