A debandada de vice-presidentes do Vasco não terminou. Além do vice de marketing, Eduardo Machado, o vice-presidente jurídico Aníbal Rouxinol entregou na segunda-feira o seu pedido de exoneração do cargo, demonstrando insatisfação com o recente acordo feito com o ex-jogador e hoje deputado Romário e com as declarações do diretor geral do Vasco, o gaúcho Cristiano Koehler, que segundo a revista "Veja Rio" ficou "estupefato ao tomar conhecimento de que o clube não dispunha de uma equipe própria de advogados".
No dia 23 de janeiro, a Justiça determinou que um perito fosse nomeado para analisar toda a documentação da dívida, que o Vasco até então alegava não estar comprovada na sua contabilidade. O clube contestou os documentos apresentados e, segundo Rouxinol, chegou a pagar o perito, mas o acordo saiu antes que o laudo fosse apresentado. Cerca de um mês depois, o Vasco concordou em pagar 120 parcelas de R$ 150 mil ao ex-jogador, totalizando R$ 18 milhões, valor que se aproxima da dívida inicial alegada inicialmente por Romário, de pouco menos de R$ 22 milhões. Com o passar dos anos, Romário já cobrava cerca de R$ 58 milhões do clube de São Januário.
- Pagamos os R$ 50 mil para o perito, mas o laudo não precisou ser feito. Nem deu tempo. Houve um acordo e jogamos R$ 50 mil pelo ralo. Pelo visto o acordo já estava sendo pensado. Eu continuo com a mesma posição. Se eu exigi perícia, paguei a perícia, disse que queria que fossem apresentados os documentos comprobatórios da dívida, da origem da dívida e nada disso foi apresentado, não posso fazer acordo. Mas isso não foi o pior, não. Teve coisa pior. A reportagem da revista Veja me deixou muito chateado. Senti que o meu lado profissional foi mexido, não foi respeitado. Não é um cara que vem lá do Rio Grande do Sul com a camisa azulzinha mandar no Vasco. A minha camisa é preta e branca e tem uma cruz de malta - disparou Rouxinol.
Questionado sobre as declarações de Rouxinol, Koehler respondeu:
- Ainda não tomei conhecimento das declarações do Aníbal Rouxinol, mas prefiro não entrar em atrito público. Neste momento, o principal foco do Vasco é a final de domingo. No entanto, posso dizer que fui contratato para ser o líder da mobilização da recuperação do clube, mas só posso cumprir a função com o apoio de todos os vascaínos, incluindo, funcionários, torcedores e dirigentes e aqueles que estão em torno do nosso trabalho. Minha intenção é colaborar para tirar o Vasco de uma situação caótica em diferentes aspectos, mas respeito aqueles que não concordam com o modelo de gestão que está sendo implementado.
Marcello Macedo, advogado do Vasco que conduziu o acordo com Romário, explicou:
- Isso de fazer ou não fazer a perícia é bobagem. O que a gente fez foi uma avaliação. A gente tinha uns lançamentos contábeis que não estavam muito simples, poderiam ir para um lado ou para o outro. A própria perícia a gente não tinha certeza absoluta que obteríamos um bom resultado no final. Como se chegou a um valor que parecia razoável, a gente achou por bem fechar um acordo. Se a gente tivesse absoluta certeza de que ganharíamos o processo, não faríamos um acordo. Em uma disputa como essa, você está diante de um resultado incerto, cada parte tem as suas convicções. O valor corrigido da ação já estava em R$ 68 milhões. E se no final a gente é condenado a pagar tudo? Seria desastroso - afirmou Macedo.
Fonte: GloboEsporte.com