Embora o último confronto tenha sido um equilibrado 1 a 1, Vasco e Fluminense encaram uma grande disparidade entre si quando o assunto é dinheiro. A diferença mais gritante no abismo financeiro que separa os rivais está na remuneração de seus treinadores: Abel Braga recebe no Tricolor mais de dez vezes o salário de Gaúcho. Além disso, os vencimentos do time das Laranjeiras somados batem o triplo do valor do elenco cruzmaltino. E neste cenário, os dois clubes voltam a se encontrar neste sábado, às 18h30, no Engenhão, pela semifinal da Taça Guanabara.
A dupla de treinadores já formou parceria de sucesso nos campos. Enquanto eram jogadores, os dois conquistaram o Carioca de 1977 pelo Vasco. Depois, atuaram juntos pelo Botafogo em 1983. Hoje, o veterano Abel Braga já carrega no currículo uma carreira consolidada e um polpudo salário de cerca de R$ 600 mil no Fluminense. Enquanto isso, Gaúcho é aposta de um Vasco que tenta suportar uma profunda crise financeira e ganha em torno de R$ 50 mil, montante relativamente baixo para o mercado nacional.
As folhas salariais dos dois clubes também têm grande disparidade, ainda que em proporção um pouco menor. Ao todo, o Fluminense tem R$ 7,5 milhões em recursos investidos em seu departamento de futebol, valor acima do triplo dos cerca de R$ 2 milhões que o Vasco gasta por mês com seu elenco. Apenas o trio Deco, Thiago Neves e Fred já supera o total dos vencimentos cruzmaltinos.
A força financeira tricolor está situada no apoio incondicional da Unimed, parceira e patrocinadora do clube desde 1999. A empresa paga praticamente 75% da folha salarial do departamento de futebol do Fluminense. Já o Vasco tinha um patrocínio ‘comum’ da Eletrobras, que pagava valores de acordo com o mercado, mas muito menores que os recebidos pelo time das Laranjeiras. O clube ainda tinha dificuldade de receber por conta de dívidas com o governo, que bloqueou o pagamento dos recursos.
Sem o fator Unimed, os dois clubes vivem situações parecidas. O Fluminense encara as mesmas penhoras que sufocam o Vasco nos últimos meses. Tanto é que os salários de alguns jogadores referentes a janeiro estão atrasados nas Laranjeiras. O Tricolor, no entanto, contou com a parceira para reforçar seu elenco para este ano com Monzón e Felipe, por exemplo. Já o Cruzmaltino passa por situação um pouco mais complicada, e foi obrigado a reformular seu elenco no fim do ano passado. A redução da folha salarial vascaína foi de cerca de 30%.
Até mesmo nas pré-temporadas é possível perceber a diferença econômica que cerca o clássico. Na pré-temporada, o Fluminense ficou hospedado em um resort em Atibaia, em São Paulo. Já o Vasco optou por ter uma sede de menos luxo em Pinheiral, no interior do Rio de Janeiro. No período da Copa das Confederações, o Cruzmaltino deve retornar à cidade, enquanto o Tricolor vai passar cinco dias em Orlando, nos Estados Unidos, cidade conhecida mundialmente por ser a casa da Disney.
Fonte: UOL