Já ficaram para trás os bons tempos dos títulos brasileiros de 2000 e 2001, da Liga Sul-Americana de 1999 e 2000, do Sul-Americano de 1998 e 1999, e da final do McDonald´s Open, em Milão, em 1999, quando só foi batido pelo timaço do San Antonio Spurs, da NBA. Mas, segundo Ricardo Haddad, vice-presidente de quadra e salão do Vasco, o basquete do clube precisa voltar a seus melhores dias. Para isso, o dirigente e o marketing de São Januário vêm trabalhando para obter recursos que possibilitem aos poucos a volta à quadra, no adulto.
— Estamos buscando montar um time para o Torneio Carioca Adulto (o Cariocão ou Rio Open), mas para Estadual, ainda não. Como não temos qualquer patrocínio, o Cariocão seria o primeiro passo, para, quem sabe, podermos jogar o Campeonato Estadual — disse Haddad, que assumiu o cargo em dezembro e quer conquistar o apoio de investidores. — Para montar um time de alto nível, que pudesse lutar pelo título do NBB, nos custaria algo em torno de R$ 500 mil po mês. Para montar um grande time, precisaríamos deste valor, mas temos de ir passo a passo.
O Cariocão será disputado de maio a agosto, servindo como uma espécie de antesala do Estadual, que irá de setembro a novembro, antes do começo do NBB 2013/2014. Já se sabe que o Flamengo, líder do NBB, Tijuca, que também está no NBB, Botafogo, que jogou o último Estadual, Riachuelo, que também esteve no último Campeonato Estadual, e Fluminense e Macaé, que montaram um novo time para as Copas Sudeste e do Brasil, que dão acesso ao NBB, deverão disputar este torneio. Se o Vasco realmente montar uma equipe, os quatro grandes do futebol carioca estarão na competição.
— Queremos, sim, montar uma equipe adulta, que atraia atletas para as divisões de base — disse Haddad, que discorda daqueles que acham que as verbas para os esportes olímpicos têm de vir do futebol. — O dinheiro do futebol é do futebol. Não dá para usar o patrocínio do futebol para os outros esportes, como se o futebol fosse um mecenas. Os outros esportes é que têm de conseguir os investidores. Esta é a minha opinião particular. O que não se pode é culpar o futebol pela falta de recursos para os demais esportes.
O Vasco enfrenta no momento um problema estrutural, porque o ginásio precisa de reformas urgentes, para não cair. Sem time adulto, tem apenas times de divisões de base.
— O ginásio está sendo restaurado. Creio que em março teremos o telhado pronto, e depois, vamos trabalhar no piso. No segundo semestre já deverá estar pronto. O futsal está treinando nas quadras externas, e o basquete e o vôlei no ginásio menor, atrás do Parque Aquático (Ginásio Antônio Soares Calçada, mais conhecido como Forninho) — informou Haddad.
Ex-atleta de futsal do Grajaú Country e do Vila Isabel, mas torcedor do Vasco, dirigente lembra de títulos dos anos 70, 80 e 90.
— Eu me lembro de Luis Brasilia e da geração de Charles Byrd — observou Haddad. — O Vasco não pode montar um time para ficar no meio da tabela. Só para ser campeão.
Para o presidente da Federação do Rio, Álvaro Lionides, pelo regulamento, equipes no Cariocão não podem ter mais de um atleta que tenha disputado a liga NBB do mesmo ano.
— Com isso, Flamengo e Tijuca teriam de atuar com equipes B para garantir o equilíbrio do Rio Open — declarou Álvar Lionides, presidente da Federação de Basquete do Rio. — No Cariocão, abrimos espaço para universidades, times de outros estados, etc. A ideia é dar ao troféu o nome de Ary Vidal (morto este ano). Estou empolgado para o Estadual. Se o Vasco voltar mesmo, se juntando ao Flamengo, Fluminense, Botafogo, Tijuca, teremos um outro patamar. Poderemos atrair patrocinios e TV ao vivo.
Fonte: Globo Online