O programa Vasco Olímpico entrevistou na noite desta quarta-feira (27/02) Lívia Prates, Coordenadora do Departamento de Paradesporto do Vasco. A profissional falou sobre a história do departamento e sobre o trabalho pioneiro realizado pelo Gigante da Colina nesse setor.
Confira a transcrição da entrevista:
Início do projeto Paralímpico
"O nosso programa paralímpico no clube começou com o Mauro Brasil, que nadava com as pessoas ditas normais. Ele sempre teve deficiência, desde que nasceu. Quando ele foi para a Paralimpíada, ele foi convidado pelo Vasco para defender o Clube nessa modalidade. As pessoas viram ele e começaram a entrar no clube. Em 2010 surgiu o departamento e foi criado o futebol de 7 e o vôlei sentado, além da natação. Nessa trajetória a gente acumula títulos e grandes nomes, como o Fabinho e Marcos Yuri, do futebol de 7, que acabaram de voltar de Londres. O Vasco manda atletas para as Olimpíadas desde 2004 e já está planejando mandar também para as Paralimpíadas do Rio de Janeiro.”
História no Vasco e história do Departamento
"Eu trabalho desde 2000 com isso, mas fora do Vasco. Em 2004, como eu era técnica do Vasco na natação, comecei a trazer alguns atletas paraolímpicos e o Vasco abraçou essa causa. A gente começou informalmente, mas com a criação do Departamento, que foi em 2010, a gente começou a receber muitos atletas, a conquistar títulos e receber alguns incentivos da Federação. É bom frisar que todos treinam juntos, atletas com e sem deficiência. Eles só são separados nas competições e isso é o mais importante, a inclusão.”
Inclusão social
"A gente recebe crianças e jovens desde os cinco anos de idade até 50 anos, mas eles têm que gostar do esporte. Nós fazemos a inclusão dela através do esporte para que ele se torne um atleta. Às vezes a gente recebia crianças que eram rejeitados pela família e não estudavam. Vendo os outros atletas, eles voltaram para escola. Alguns estudam até na Escola do Vasco. A gente vê que após as competições e esse convívio eles passam a ver a sociedade de outra forma, passam a ser sentir mais importantes como pessoa e como atletas".
Auxilio aos atletas
"A gente brinca muito no departamento que somos pais, mães, psicólogos dos atletas. É claro que a gente recebe apoio, mas essas empresas não são oficialmente parceiras do Vasco. A gente indica esses atletas para os locais que podem ajudá-los a resolver os problemas. Ele vai ser atleta, mas tem que estudar perto da escola dele ou no Vasco da Gama. Já terminou de estudar? Ou faz faculdade ou faz algum tipo de capacitação. A gente está sempre procurando nortear ele, mas não temos empresas parceiras do Vasco da Gama. Todo mundo que chega, a gente tentar encaminhar para ter um futuro pós-esporte".
Departamento
"Estamos subordinadas a algumas vice-presidências do Vasco. Nós temos o Mauro Brasil, que é atleta, participou de três Paralimpíadas e é nosso fisioterapeuta. Temos o Rodrigo Terra, que é técnico do Futebol de 7. Temos um time que vai ser campeão Brasileiro. Temos a Jaqueline que trabalha com o Vôlei Sentado. Também temos o professor Marcos Vinícius, que é auxiliar do Rodrigo no Futebol e ajuda na escolinha de Natação. São essas pessoas que cuidam com quase cem atletas com deficiência que hoje estão no Vasco da Gama.”
Fechamento do Parque Aquático e a condição do Forninho
"Eu não tenho nada a dizer sobre essa questão. Não tenho nenhuma novidade. A novidade que eu tenho e o que eu acho é que o Vasco é muito maior do que qualquer reforma. A reforma do Parque Aquático era necessária e eu defendo a reforma, mas espero que devolvam para nós um parque aquático todo remodelado. Enquanto isso conseguimos que a prefeitura cedesse uma piscina e nosso trabalho continuar. Eles continuam treinando e representando o Vasco, mas faço um apelo para que devolvam o nosso parque aquático. O Forninho é um dos poucos ginásios do Brasil adaptados para receber cadeirantes e é o mais moderno. O piso é muito importante também e do Forninho é muito bom. A Confederação que até sediar um Campeonato Brasileiro de Vôlei Sentado em São Januário, mas a forma de deslocamento no estádio prejudica um pouco. Apesar disso, a Confederação quer a competição em São Januário e vai sentar em breve com a nossa nova direção.”
Patrocínios independentes para se manter
"A gente calcula que qualquer patrocínio de cinco a oito mil por mês a gente consegue sustentar o departamento, até colocar os atletas em competições internacionais. Acho o patrocínio fundamental para que a gente saiba quais competições iremos disputar. O planejamento é importante.”
Fonte: Só Dá Vasco/Supervasco